(Bom Dia Brasil) Juiz disse que investigações não foram concluídas e que presídio está lotado. Família da mulher estuprada e morta tem medo de encontrá-lo pela cidade.
Um bandido perigoso foi solto por decisão da Justiça em uma cidade perto da capital federal.
Na decisão judicial, ele disse que a cadeia está lotada e que as investigações não foram concluídas. O homem suspeito de estuprar e matar uma mulher foi preso em flagrante.
A família da vítima está preocupada, com medo de encontrar com o criminoso pelas ruas da cidade.
Lourdete Xavier, de 53 anos, foi assassinada a facadas, em Planaltina de Goiás, há 60 quilômetros de Brasília. Ela e a neta de quatro anos chegavam em casa quando deram de cara com Fernando Barbosa de Brito. Segundo a família, ele teria assaltado o local e ainda estuprado Lourdete. A criança, que viu tudo, chegou a ser sufocada. Trinta e seis dias depois do crime, as marcas ainda estão no pescoço da menina.
“Ele torturou ela. Quando eu cheguei, que eu abri a porta, já topei com aquela cena. E o bandido, eu vi ele correndo aqui dessa esquina até na outra esquina”, conta Manoel Messias Xavier, lavrador.
O suspeito foi preso em flagrante a poucos metros do local do crime e reconhecido pelas testemunhas. Ele ficou no presídio de Planaltina de Goiás, mas foi solto pela Justiça um mês depois.
Na decisão, o juiz Carlos Gustavo Fernandes de Morais justifica. Diz que as investigações não foram concluídas e que o presídio está lotado. Isso revoltou a família. A filha de Lourdete tem medo de mostrar o rosto e ser reconhecida pelo bandido, que anda solto pela cidade. “Esse argumento de que o presídio está lotado não é culpa nossa. O estado é que tem que tomar providencia. É obrigação do estado manter essas pessoas presas longe da gente”, diz a filha de Lourdete.
“Se ele já fez uma vez, o que impede de fazer de novo? Pode fazer com a minha família, pode fazer com a família de qualquer um”, declara Darlan Silva, militar.
Centro e trinta e seis detentos estão no presídio de Planaltina de Goiás. É a capacidade máxima. Segundo a promotora, bandidos que cometem crimes graves estão sendo presos e soltos por causa da superlotação.
“Sendo extrapolado o limite de 136 presos e não havendo a realocados em outros presídios do estado, essas pessoas têm sido soltas”, diz Michele Martins Moura, promotora.
O Ministério Público disse que ainda não ofereceu a denúncia à Justiça porque aguarda laudos e depoimentos das testemunhas. O delegado responsável pela investigação do caso não quis falar, e o juiz não foi encontrado na cidade. Já a Secretaria de Justiça de Goiás respondeu que tem um projeto de um novo presídio, com 300 vagas, mas ainda não sabe quando vai começar a obra.
Acesse o PDF: Estuprador preso e reconhecido por testemunhas é solto em Goiás (Bom Dia Brasil, 02/10/2013)