(Rádio ONU) A Comissão Econômica para América Latina e Caribe produziu um estudo sobre a participação feminina na economia digital. Segundo a Cepal, a taxa de uso da internet por mulheres da região é em média 8,5% menor do que a dos homens.
No Brasil, essa brecha vem diminuindo nos últimos anos: em 2009, a proporção de mulheres e homens usuários da internet foi praticamente a mesma, pouco mais de 35%.
Banda Larga
O Peru foi o país que apresentou a maior diferença. Enquanto mais de 34% dos homens usam a rede, 26% das mulheres têm acesso à internet.
A Cepal explica que o termo economia digital engloba redes de banda larga, indústrias de tecnologia de informação e comunicação e grau de alfabetização digital dos usuários.
O estudo destaca que a brecha entre homens e mulheres é mais frequente em áreas urbanas e afeta principalmente as pessoas mais velhas. No Brasil, 4,3% das mulheres com 65 anos ou mais declararam usar a internet, e entre os homens nessa faixa etária, a proporção foi de 7,4%.
Mercado de Trabalho
Segundo as estatísticas, quase metade das mulheres da América Latina e Caribe não têm nenhum vínculo com o mercado de trabalho. Mas em média, as mulheres assalariadas usam mais a internet do que os homens.
Por isso, a Cepal defende o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e a criação de políticas que evitem diferenças salariais e previnam a segregação no trabalho.
Games
A primeira segregação, segundo o estudo, é com a presença predominante dos homens nas áreas de ciências exatas e engenharia. A Comissão destaca ainda a falta de participação feminina na criação de conteúdos digitais, o que gera preconceito.
A Cepal cita o caso da indústria de videogames, onde geralmente as mulheres são representadas como objetos passivos e os homens são mais ativos e violentos.
As conclusões do estudo estão sendo debatidas na Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, que acontece até sexta-feira em Santo Domingo, República Dominicana.
Acesse o PDF: Na América Latina, mulheres usam menos a internet do que homens (Rádio ONU – 16/10/2013)