(iG) Socialista volta à presidência com 62% dos votos, maior percentual obtido por qualquer candidato desde 1990
Após vencer o segundo turno das eleições presidenciais do Chile, a socialista moderada Michelle Bachelet afirmou na noite de domingo que as condições sociais e políticas estão postas para a mudança no país. “Estou aqui porque acreditamos que um Chile para todos é necessário. Não será fácil, mas quando foi fácil mudar o mundo?”, afirmou em seu discurso da vitória.
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Bachelet, de 62 anos, será presidente do Chile pela segunda vez após ter conquistado uma vitória arrasadora na eleição de domingo, que mostrou o apoio popular à agenda de reformas para reduzir as diferenças entre ricos e pobres.
A médica de 62 anos venceu o segundo turno com 62,16% dos votos, o maior percentual obtido por qualquer candidato desde a volta da democracia, em 1990. Ela disputou a eleição prometendo novas políticas sociais que combatam as desigualdades sociais e propondo um aumento dos impostos empresariais para bancar esses planos.
Outra promessa de campanha da presidente eleita é alterar a Constituição e o sistema eleitoral, herdados da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
“O Chile olhou para si, olhou seu caminho, sua história recente, suas feridas, seus feitos, suas tarefas pendentes, e este Chile decidiu que é hora de iniciar transformações profundas”, disse Bachelet a uma eufórica multidão de admiradores no domingo à noite sob uma chuva de confetes.
A vitória de Bachelet foi tamanha que a adversária Evelyn Matthei, do partido da situação, reconheceu a derrota quando a apuração dos votos não estava nem na metade.
Matthei alcançou 37,83% dos votos, numa eleição marcada pelo alto índice de abstenção, informou o Serviço Eleitoral. Esse foi o pior resultado da direita numa eleição em duas décadas.
“Este Chile decidiu que é hora de iniciar transformações profundas, com responsabilidade e com energia”, disse Bachelet em evento com partidários. “Hoje iniciamos uma nova etapa… devemos estabelecer um desafio muito mais alto.”
Os eleitores de Bachelet, que governou o Chile pela primeira vez entre 2006 e 2010, comemoram a vitória com bandeiras e buzinaço pelas principais ruas do centro da capital, Santiago.
“Não há dúvida: os lucros não podem ser o motor por trás da educação, porque a educação não é uma mercadoria e porque os sonhos não são um bem de consumo”, afirmou.
Geralmente, as boas escolas chilenas são pagas, e protestos estudantis – alguns violentos – pedindo uma mudança nessa situação contribuíram para reduzir a popularidade do presidente conservador Sebastián Piñera.
*Com Reuters e AP
Acesse o PDF: ‘Um Chile para todos é necessário’, diz Bachelet após vitória eleitoral (iG, 16/12/2013)