27/11/2013 – Um lugar para elas

27 de novembro, 2013

(SESC SP) Ao longo do século XX, e sobretudo no início deste novo milênio, a percepção dos diferentes aspectos que envolvem as relações entre os sexos ganhou novas dimensões na sociedade brasileira. A criação, pelo governo federal, da Secretaria de Políticas para Mulheres (2003), a aprovação da Lei Maria da Penha (2006) e a eleição da nossa primeira Presidente da República (2010) são, entre outros fatores, indícios de que estamos caminhando na direção certa, embora seja preciso estarmos cientes de que ainda são muitos os desafios para alcançarmos uma sociedade efetivamente igualitária entre homens e mulheres.

Para iluminar os próximos passos a serem dados, a Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, realizou em 2010 uma pesquisa nacional de opinião pública para mensurar os indicadores das desigualdades de gênero. Conhecer as condições de vida da mulher brasileira – seja na esfera particular ou na sociedade -, além de saber quais são as práticas de discriminação, é fundamental para compreensão e efetivação das ações que visam transformar a atual condição feminina. Esta é a proposta do livro Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado: uma década de mudanças na opinião pública.

Entre os temas abordados pela publicação, estão questões como a percepção de ser mulher, o imaginário de homens e mulheres sobre o feminismo e o machismo, a divisão sexual do trabalho e do tempo livre, a mulher na mídia, a autonomia do corpo e sexualidade, a saúde reprodutiva e o aborto, a violência doméstica, a Lei Maria da Penha, a violência institucional no parto, a situação das mulheres negras e camponesas, a participação da mulher na política e políticas públicas específicas. Para ilustrar o resultado da pesquisa – que ouviu 2.365 mulheres e 1.181 homens, distribuídos em 25 unidades da federação – o livro traz ao final um anexo com os principais dados apurados.

Ao todo, 36 pesquisadores, militantes feministas e gestoras de políticas públicas se debruçaram sobre a pesquisa para redigir os 24 capítulos que compõem a obra. Dividida em dois blocos, a primeira parte concentra análises sobre indicadores mais culturais ou subjetivos da vivência das mulheres e sobre temas que o senso comum tende a confinar ao espaço privado. Já a segunda parte volta-se para questões como as formas de inserção (ou não) da mulher no mercado de trabalho, sobre a percepção desta e de outras esferas do espaço público – como a arena política – e sobre a elaboração de políticas públicas para as mulheres.

As reflexões reunidas em Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado fomentam o debate acerca da afirmação feminina na sociedade. Romper com a longa trajetória de subordinação a que as mulheres estiveram e ainda estão sujeitas parece não ser uma tarefa fácil, e de fato não é. Entretanto, propor mecanismos de diálogo é um passo importante para a implantação de práticas efetivamente transformadoras na busca por uma sociedade plural, justa e igualitária. Compreender as questões que envolvem as relações entre os gêneros é, sem dúvida, parte essencial deste processo.

Acesse o PDF: Um lugar para elas (SESC SP – 27/11/2013)   

 

 

 

 

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas