(O Estado de S. Paulo, 28/03/2014) Em meio aos casos de abuso sexual no metrô, volta a ganhar força na Assembleia paulista projeto que cria vagões exclusivos para mulheres.
Três propostas tramitam na Casa – a mais recente, de 2013, é de Jorge Caruso, do PMDB. O deputado se articula para votar o texto o quanto antes. “Não será uma medida definitiva, mas é drástica”, afirma.
O projeto, no entanto, sofre resistência do metrô e de feministas. “Separar homens e mulheres é uma forma de proteger o machismo e naturalizar a violência”, diz Sônia Coelho, da Sempreviva Organização Feminista. “Uma maneira de transformar a vítima em culpada. Daqui a pouco, vão dizer que não podemos mais usar saia.”
Pesquisa divulgada ontem pelo Ipea revelou que a maioria dos brasileiros acredita que mulher que veste roupa curta merece ser atacada.
Procurado, o Metrô afirmou que a “Assembleia é um poder independente e autônomo. O governo não interfere nesse debate.”
Já a Via Quatro – que administra a Linha 4 (Amarela) – disse acreditar “em ações educativas” e que, como as mulheres são a maioria dos passageiros, é “impraticável a criação de carros exclusivos”.
Acesse o PDF: Proteção? por Sonia Racy