Para tentar explicar as possíveis candidaturas de mulheres à Presidência em 2010, a repórter da EBand, Martina Cavalcanti, conversou com diversos especialistas.
Segundo Teresa Saccher, pós-doutora em Ciências Políticas pela USP, as mulheres podem se projetar em meios políticos de difícil acesso à custa da negação de suas “especificidades de gênero”.
Já Patrícia Rangel, doutoranda em Ciência Política na UnB e integrante do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), considera que a postura das duas presidenciáveis reproduz a forma masculina da política. “O feminismo acredita que, além de conquistar espaços de poder, as mulheres devem questionar a forma de se fazer política, a forma que foi consolidada pelos homens que criaram e mantiveram as instituições, tomando-as para si como seu espaço natural”, afirma Patrícia, que avalia que a opção por caminhos políticos masculinos confere a autoridade exigida para concorrer ao cargo, mas traz também a desaprovação social, o que pode justificar o mau posicionamento dessas candidatas nas pesquisas eleitorais. “Quem nunca ouviu que Dilma não tem doçura ou que Marina é feia e séria, como se esses fossem critérios relevantes para a carreira política?”, questiona.
A subsecretária de articulação institucional da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Sônia Malheiros, afirma que, ao ocuparem lugares não-tradicionais da política, Marina e Dilma se “encacifaram” para mostrar capacidade de gerenciar outras áreas. “São mulheres que têm poder, um poder que é valorizado no universo masculino e faz com que elas tenham mais condições de disputar”, observa Sônia.
Leia a notícia na íntegra em pdf (EBand – 27/09/09).