(Folha de S.Paulo) Em sua coluna, o jornalista Fernando de Barros e Silva analisa o posicionamento da senadora Marina Silva (PV) em sua candidatura à Presidência.
“Marina encontrou uma fórmula feliz para definir seu lugar na corrida presidencial: o Brasil, diz ela, não precisa de um ‘continuador’ de Lula (Dilma) nem de um ‘opositor’ a Lula (Serra), mas de um ‘sucessor’ para Lula. Mulher, negra, pobre -e ‘Silva’. Alguém que represente desde a biografia um avanço histórico -nem continuidade nem ruptura- em relação ao legado de Luiz Inácio”, escreve o outro Silva, jornalista.
“A gente ia fazer um plebiscito para descobrir quem é mais gerente, quem tem mais currículo. Estou aqui para quebrar o plebiscito”, diz Marina. Mas, para o jornalista, embora na prática não seja ainda possível evitar o plebiscito, Marina Silva introduz uma novidade no jogo político: “seu ponto de fuga é a convergência -para muitos impossível, para outros historicamente necessária- entre o PT e o PSDB”.
“Jovem senhora à moda antiga -alguém contra o casamento gay e o aborto, por exemplo.Marina, porém, qualifica suas opções conservadoras com o elogio e a defesa da tolerância, o que é moderno e joga a favor da vida esclarecida. Ela, de fato, lida com suas contradições de cara lavada“, escreve Silva, para quem a utopia de Marina está no futuro. “E ela hoje parece ensaiar para 2014, quando, aí sim, talvez tenha chances de ser ‘a sucessora’.”
Leia o artigo na íntegra: A sucessora, por Fernando de Barros e Silva (Folha de S.Paulo – 18/06/2010)