(Jornal do Brasil, 22/10/2014) A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), ressaltou nesta quarta-feira (22), em coletiva de imprensa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a importância de sua eleição para o apoderamento das mulheres. Citando programas sociais já implementados nos últimos 12 anos, que têm as brasileiras entre a maior parcela dos beneficiados, ela defendeu a importância da construção da Casa da Mulher em diversos estados, para reforçar a autonomia das mulheres para além do direito ao trabalho e à educação.
Com a voz já fraca de quem chega ao fim de uma campanha eleitoral, Dilma se esforçou para apontar a importância dos programas sociais. “Eu estou fazendo essa grande caminhada com as mulheres, eu tenho consciência da importância que foi a minha eleição para as mulheres no Brasil. Acho que a minha eleição afirmou o poder das mulheres brasileiras de fazer e de ser. No meu governo, eu quis transformar a situação das mulheres e mostrar que as políticas sociais podem ser direcionadas para a mulher.”
Do Bolsa Família, 93% das pessoas que recebem o cartão são mulheres, no Minha Casa Minha Vida, são quase 70%, que tem a titularidade do imóvel da Faixa 1, destacou a presidente, lembrando ainda da política de micro e pequenas empresas, que também beneficiou as brasileiras. “Agora, a parte mais importante da política foi um debate sistemático da violência que vitima a mulher no Brasil. Nós não podemos compactuar com isso, tanto do ponto de vista dos direitos humanos, mas, sobretudo, do ponto de vista da afirmação da democracia no Brasil”.
Para Dilma, as mulheres têm prioridade no que se refere ao combate à violência. “É sobre ela que recai a violência, fundamentalmente, doméstica, ou de parentes, ou de amigos, ou de conhecidos. E isso é muito ruim para o país, para as famílias, para as crianças. O combate à violência é uma prioridades do meu governo”, disse.
O grande projeto de seu governo nesse sentido, informou a candidata, seria a Casa da Mulher Brasileira, em construção nos estados do país, que deve reunir diferentes órgãos que combatem a violência que vitima a mulher. Este combate, no entanto, completou, deve incluir o acolhimento e o reforço da autonomia da mulher junto com outros programas relacionados à educação e ao trabalho, como Pronatec, que tem 52% dos matriculados mulheres.
“Não vamos deixar este país voltar para trás. Todo o governo, o meu e do Lula, foi um governo que teve como centro as pessoas, como centro a melhoria de vida das pessoas. Eu sei que você sabe o quanto batalhou, lutou, para conseguir mudar de vida. Isso é vitória sua, sim. É sua. Mas tem um aspecto, no passado você lutava também para melhorar de vida. Nós criamos as oportunidades para as pessoas mudarem de vida. Eu vou continuar criando”, declarou a candidata.
No último domingo (19), a candidata comentou em coletiva de imprensa que o candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), tem que “aprender a respeitar as mulheres”. Aécio chamou Luciana Genro (Psol) e Dilma Rousseff de levianas, durante diferentes debates na TV, depois que as duas mencionaram a construção de um aeroporto em Minas, cuja chave teria sido entregue a um tio seu. Lula chegou a se pronunciar sobre o caso no último sábado (18), dizendo que o comportamento de Aécio seria típico não de um candidato, mas, sim, de “um filhinho de papai”. “Eu não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse um homem”, disse o ex-presidente.
Após receber uma faixa da Acadêmicos da Grande Rio, com os dizeres “Diga não à violência contra a mulher”, a presidente participou da “Caminhada das mulheres de coração valente com Dilma”, que percorreu uma das principais ruas do Centro de Caxias, acompanhada de milhares de militantes e moradores da região. No mesmo carro que transportava a presidente, estavam políticos como Cidinha Campos e Paulo Melo, eleitos deputados estaduais, Jandira Feghali e Benedita da Silva, eleitas deputadas federais, o prefeito do Rio Eduardo Paes, e o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Na ocasião, a presidente aproveitou para se comprometer com uma solução para a falta d’água na Baixada. “Água, aqui, não vai faltar, nós vamos mudar essa realidade”.
Pamela Mascarenhas
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