(IstoÉ) Em entrevista exclusiva à revista, a procuradora de Justiça e especialista em crimes contra a mulher e homicídios passionais, Luiza Nagib Eluf, diz que os juízes têm de mandar prender agressores para evitar mortes anunciadas, como a da modelo Eliza Samudio.
“Enquanto o machismo não acabar, as mulheres continuarão morrendo”, diz Luiza Eluf, que escreveu o best seller “A Paixão no Banco dos Réus”, em que analisa os principais crimes passionais que ocorreram no Brasil.
Para a procuradora, as leis atuais são boas, mas há ineficiência da polícia e do Judiciário quando a mulher denuncia a agressão ao poder público. “A lei permite que se prenda o sujeito que ameaça a vida da mulher. Mas os juízes não mandam prender. (…) Só a prisão do agressor pode salvar a vida da mulher inocente”, diz Luiza Eluf.
Sobre a culpabilização da vítima, a procuradora afirma:
“Temos de ter claro quem é agressor e quem é vítima, pois nossa sociedade confunde os papéis. Não venha dizer que o (jornalista) Pimenta Neves, coitadinho, enlouqueceu com aquele amor pela (jornalista, assassinada por ele em 2000) Sandra Gomide. Ele que pague por sua loucura. Também tivemos o caso da jovem Eloá Pimentel em 2008. Esperaram cinco dias o rapaz (Lindemberg Alves) matar a moça. E quiseram culpar a família dela dizendo que não deveriam ter permitido que ela, aos 12 anos, começasse a namorar. Quem tem culpa é o Lindemberg, que se achava dono dela.”
Acesse a entrevista na íntegra: ‘Matam-se mulheres feito moscas no Brasil’ (IstoÉ – 21/07/2010)