(Correio Braziliense) Em editorial, o jornal manifesta sua indignação diante da notícia sobre o despejo das moradoras da única casa abrigo do Distrito Federal que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica.
A casa abrigo já chegou a acolher 100 pessoas, mas atende em média de 30 a 35. O jornal apurou que, no dia da expulsão, a unidade acolhia 10, que foram encaminhadas a um novo endereço, que é considerado inseguro pelo Ministério Público do DF.
Para o Correio, “a revolta cresce ao se tomar conhecimento das razões que levaram ao ato extremo — falta de pagamento do aluguel ao longo de 2010. O proprietário, é verdade, manifestou a vontade de reaver o imóvel. O não respeito ao contrato deu-lhe razão. Mais: em 2007, o GDF recebeu R$ 929 mil da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, ligada à Presidência da República. Os recursos destinavam-se, entre outros fins, à criação de dois centros de referência de atendimento à mulher e à revitalização do local de acolhimento. A contrapartida, ao que parece, não foi concretizada”.
“É lamentável. A capital da República, que deveria dar exemplos de modernidade, pauta-se por paradigmas ultrapassados. É uma das cinco unidades da Federação que não firmaram o Pacto de Enfrentamento da Violência contra a Mulher, que prevê o fortalecimento dos serviços especializados. O despejo vergonhoso prova que passou da hora não só de aderir, mas de demonstrar vontade política para fazer frente à tragédia”, lamenta o jornal.
Acesse na íntegra: Distrito Federal na contramão da modernidade, editorial (Correio Braziliense – 23/08/2010)
Leia também manifesto divulgado por organizações de defesa dos direitos das mulheres: Casa abrigo do DF: por mim, por nós e por todas! Exigimos já!