(O Globo/Estadão.com) “Mulheres negras e pobres não têm voz”, afirma Edclea Santos, que faz parte de um projeto que tem o objetivo de valorizar os votos das mulheres, que representam hoje mais da metade do eleitorado brasileiro.
“Várias organizações se uniram para ensinar as mulheres de algumas das partes mais pobres de Recife e Olinda a como tirar fotos, escolher os melhores ângulos e cortar as suas imagens. As melhores fotografias foram transformadas em cartões postais a serem enviados a candidatos, questionando os seus pontos de vista sobre os mais variados assuntos, incluindo aborto, saúde, racismo, crime e violência doméstica”, diz a reportagem da BBC Brasil, reproduzida pelo Globo e Estadão.
“A ideia era provocar os candidatos a falar sobre assuntos femininos e, ao mesmo tempo, criar uma cultura junto às mulheres de cobrar mais dos candidatos em relação às suas próprias vidas”, afirma Nataly Queiroz, do Grupo Curumim, uma organização de defesa dos direitos da mulher que faz parte da campanha intitulada “Eu Decido o Meu Voto”.
As respostas dos candidatos são depois publicadas em um blog na internet. As participantes também monitoram as opiniões dos candidatos no Twitter e checam as suas promessas.
Seja qual for o resultado da eleição, Edclea Santos acredita que a campanha fará os candidatos notarem as suas exigências. “Isto nos deu a chance de dizer o que queremos e, depois, de manter a pressão nos políticos depois que eles forem eleitos”.
Leia mais: Pernambucanas pobres usam cartões postais para questionar candidatos (O Globo – 29/09/2010)