(Terra, 23/04/2015) Crimes foram registrados em vários estados americanos em 2014; quase um terço dos acusados são do sexo feminino
Cerca de 800 docentes foram processados por agressão sexual nos Estados Unidos em 2014, de acordo com levantamento feito por uma concultoria americana. O ex-chefe de gabinete do Departamento de Educação dos EUA, Terry Abbott, que acompanhou de perto a realização da pesquisa, aponta que quase um terço desses funcionários são do sexo feminino, segundo informações da agência de notícias Reuters.
E tudo aponta que esse número deve ser superado em 2015. Em janeiro deste ano, 26 docentes foram acusadas de manter relacionamentos inapropriados com estudantes do sexo masculino, índice maior do que o registrado em janeiro do ano passado, quando houve 19 acusações.
Acredita-se que as educadoras que abusam sexualmente de seus alunos estão sendo punidas mais duramente, em parte, porque há mais mulheres policiais.
“As mulheres são muito menos propensas à velha atitude: ‘Oh, este é apenas um garoto que teve sorte'”, disse David Finkelhor, diretor do Centro de Pesquisa de Crimes Contra Crianças. “Elas reconhecem as questões envolvidas e elas vão atrás de mulheres que violam os estatutos”.
Há também uma maior consciência entre os procuradores, juízes e o público em geral, de que os alunos que são vítimas de pessoas que exercem certa autoridade ficam traumatizadas para o resto da vida. Depressão, baixa auto-estima e dificuldade em manter relacionamentos futuros estão entre as consequências a longo prazo que as vítimas do sexo masculino enfrentam, de acordo com estudiosos.
Especialistas em abuso infantil garantem que docentes do sexo feminino estão sendo processados com mais vigor do que no passado.
A repressão é o resultado de “duas mudanças sísmicas”, disse Christopher Anderson, diretor executivo do Mael Survivor, a maior organização de defesa dos Estados Unidos para as vítimas de crime sexual masculino. “Uma delas é o reconhecimento de que não importa quem seja o autor do crime ou quais sejam as circunstâncias. Um professor não tem que, em hipótese nenhuma, ter contato sexual com um aluno”, disse Anderson. “A segunda é uma mudança na cultura já que os meninos e os seus pais estão se sentindo confortáveis para se expor e dizer que algo está sendo feito”.
Nas últimas semanas, uma professora de inglês de Connecticut, Danielle Watkins, 32, cujo caso foi conduzido por uma advogada do Estado, foi condenada a 10 anos de prisão por ter relações sexuais com um estudante do sexo masculino menor de idade.
Em Michigan, uma juíza condenou Kathryn Ronk, 30, professora de espanhol na Bishop Foley High School, em Madison Heights, a 15 anos de prisão por ter relação sexual com um menino de 15 anos. Em Nova Jersey, Nicole Dufault, 35 anos, professora da Columbia High School e acusada de fazer sexo com seis adolescentes, recebeu uma pena de 15 anos de prisão.
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