(Folha de S.Paulo) “Pode-se afirmar que foram as mulheres que jogaram as eleições para o segundo turno”, diz José Eustáquio Diniz Alves, professor titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE. Segundo as quatro últimas pesquisas realizadas no 1º turno, a diferença entre os homens que votariam em Dilma Rousseff (PT) e as mulheres era de 8%.
Na pesquisa mais recente do instituto Datafolha (dia 21/10), Dilma tem 55% dos votos entre os homens e 45% entre as mulheres. Já o candidato José Serra (PSDB) possui 38% das intenções de votos do eleitorado masculino e 41% do feminino. Assim como aconteceu com Lula nas cinco eleições presidenciais que disputou, as mulheres são o calcanhar de aquiles de Dilma Rousseff.
Para José Eustáquio, “parece existir uma anomia de gênero neste segundo turno (…) Na verdade, o inusitado é que o eleitorado masculino está votando, preferencialmente, em uma mulher, e o feminino, em um homem”.
Os responsáveis pela campanha de Dilma analisam que a maior parte deste eleitorado feminino tem mais de 40 anos e tem uma resistência maior a mudança.
A estratégia é ligar Dilma à figura de mãe e avó, para conquistar essa faixa do eleitorado, o que desagradou as feministas. José Eustáquio diz que associar Dilma a Lula deu certo, no entanto perdeu-se quanto à autonomia da mulher candidata.
Fonte: Datafolha; Folha de S.Paulo.
Leia matéria em PDF: Voto das mulheres ainda é calcanhar de aquiles de Dilma (Folha de S.Paulo – 24/10/2010)