(Folha de S.Paulo) Sobre o caso do jovem homossexual baleado por um militar no Rio de Janeiro, a jornalista Cristina Grillo ironiza a alegação de que o tiro teria sido “acidental”.
“As versões se contradizem. Primeiro, em nota oficial, o Exército nega a participação de membros da corporação no episódio nebuloso. Depois, revela que um deles confessou ter atirado. No capítulo seguinte, informa que o tiro foi ‘acidental’. Ninguém está livre de acidentes. Mas o conceito de ‘acidente’ parece um pouco distante quando um militar abandona seu posto, perambula armado por uma área fora de suas atribuições e atinge ‘sem querer’ um jovem gay que namorava -ou apenas conversava com um amigo.”
“Por dever de humanidade espera-se, no mínimo, que depois de acertar um tiro sem querer na barriga de um cidadão, qualquer pessoa busque socorro para sua vítima involuntária. Não foi o que aconteceu. De seu próprio celular o jovem pediu ajuda. Mas foi tudo sem querer.”
Acesse na íntegra: Sem querer, por Cristina Grillo (Folha de S.Paulo – 22/11/2010)