(O Globo, 21/10/2015) Relatório mostra que elas têm menos filhos e poucas posições de liderança
As mulheres estão vivendo mais, são mais saudáveis e recebem mais educação, mas a violência e a discriminação contra elas são generalizadas e apenas alguns estão rachando o “teto de vidro” em busca de posições de liderança, segundo um relatório sobre a igualdade de gênero divulgado esta terça-feira.
No lado positivo, o relatório assinala que a expectativa de vida das mulheres aumentou para 72 anos, quatro a mais do que os homens. Em todo o mundo, elas estão tendo menos filhos — a média foi de 2,5 crianças entre 2010-2015, em comparação com três crianças entre 1990 e 1995. Em países do Centro e do Oeste da África, no entanto, a média é de 5,6 filhos por mulher.
Outros itens do documento, porém, constataram estatísticas lamentáveis. Mais de 33% das mulheres no mundo são vítimas de violência. Menos de 4% das principais empresas do mundo foram presididas por executivas do sexo feminino em 2014, e, em muitos países, as mulheres continuam dependendo economicamente de seus cônjuges.
O relatório da ONU Mulheres, lançado a cada cinco anos pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicas e Sociais, mediu progressos na direção à igualdade das mulheres, cujo desempenho ficou abaixo do esperado entre no programa das Metas do Milênio (2000-2015), mas que continuará sendo reivindicado até 2030.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que as 17 metas para os próximos 15 anos, aprovadas pelos líderes mundiais em uma cúpula em setembro, não podem ser alcançadas “sem direitos plenos e iguais para metade da população do mundo, na lei e na prática”.
— Há muitas mulheres e meninas discriminadas, vítimas de violência, cuja igualdade de oportunidades na educação e no emprego são negadas, e excluídas das posições de liderança e de tomada de decisão — lamentou.
De acordo com o relatório, 58 milhões de jovens não frequentam a escola primária em todo o mundo, o equivalente a mais de metade das jovens do sexo feminino. E apenas metade das mulheres em idade de trabalhar estão empregadas, principalmente em posições de baixa remuneração.
Acesse o PDF: Mulheres têm mais saúde, mas ainda sofrem violência (O Globo, 21/10/2015)