(Agência Patrícia Galvão, 09/11/2015) A inclusão das reflexões sobre a violência contra a mulher e o feminismo no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano, ataques pedófilos a uma menina de 12 anos que participa de um programa de TV e a retomada da tramitação do Projeto de Lei nº 5069/2013 levaram as demandas urgentes das mulheres brasileiras por respeito ao centro do debate midiático. Para incentivar a reflexão, está sendo promovida a ação #AgoraÉQueSãoElas, em que mulheres estão ocupando espaços tradicionalmente dominados por homens em diversos veículos de comunicação. A Agência Patrícia Galvão apresenta a seguir uma compilação das principais publicações dessas articulistas que pautaram o machismo sob várias óticas nos grandes veículos de comunicação neste fim de semana.
“O que era para dar visibilidade a mulheres virou, na mão de homens jornalistas, marketing que acena para o feminismo enquanto garante que nada mude.”
Clarice Cardoso, jornalista, Carta Capital – 06/11/2015 – Jornalismo brasileiro não tem maturidade para o #AgoraÉQueSãoElas (acesse no site de origem)
“Tudo indica que as mulheres estão fartas da desigualdade e da violência física ou verbal que ainda rondam seus passos. O novo feminismo está no sangue, não mais na cabeça. É alegre, agressivo e visceral.”
Heloísa Buarque de Almeida, professora de Antropologia da USP, O Globo – 07/11/2015 – Por que estamos em 2015 (acesse na origem)
“O Brasil detém uma desigualdade de gênero vexatória, muito mais do que proporcional a seu desenvolvimento humano, por questionável que possa ser essa classificação (…) Alguém tem dúvida sobre que gênero e faixa de renda mais sofrerão enquanto perdurar o austericídio fiscal?”
Leda Paulani, professora de Economia da USP, Folha de S.Paulo – 07/11/2015 – Desigualdade que não faz gênero (acesse na origem)
“Nosso país vive a era das ruas e das redes. Começou em junho de 2013 e não vai parar nunca mais.”
Maria Ribeiro, atriz, cronista e diretora, O Globo – 07/11/2015 – A fúria feminina (acesse na origem)
“Não, não é sempre um psicopata quem viola ou mata mulheres. Bons chefes de família já foram descobertos na prática sórdida do estupro. Já aconteceu que assassinos de mulheres antes do crime fossem considerados cidadãos respeitáveis. Não são doentes, inimputáveis, são criminosos. Têm em comum negar às mulheres sua humanidade. A violência sexual é o mais grave e brutal atentado à dignidade das mulheres. Uma forma de assassinato que deixa viva um zumbi que vai parar na delegacia como se fora, ela, a criminosa.”
Rosiska Darcy de Oliveira, escritora, O Globo – 07/11/2015 – O ódio contra as mulheres (acesse na origem)
“Pergunta a Pedro Paulo de Carvalho, secretário de Coordenação do Governo carioca e delfim do prefeito Eduardo Paes à sua sucessão nas eleições do próximo ano: em que órbita ele vive para classificar de “descontrole” a agressão à sua ex-mulher (à época ainda casados)?”
Dorrit Harazim, jornalista, O Globo – 08/11/2015 – Por que estamos em 2015 (acesse na origem)
“Queremos mudar uma cultura de violência e violações, de depreciação, de subestimação das mulheres. E nós não vamos conseguir fazer tudo isso substituindo homens por mulheres nos espaços”.
Juliana Moura Bueno, chefe de gabinete da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Folha de S.Paulo – 08/11/2015 – Eu não quero o seu lugar (acesse na origem)
“A experiência na política é o espelho de um problema maior: a dificuldade das mulheres, em pleno século 21, de chegar a postos de comando em empresas, conselhos de administração, universidades e países. O processo de decisão é eminentemente masculino. E ao excluir a mulher, exclui tudo o que caracteriza o universo feminino. A sub-representação feminina gera uma grave distorção no país e no mundo que temos e naquele que desejamos construir.”
Amanda Klein, jornalista, O Estado de S.Paulo – 08/11/2015 – Mulheres na política: Brasil ocupa o vergonhoso 118º lugar no mundo (acesse na origem)
Abaixo compilamos também algumas matérias e reportagens sobre a questão da mulher e a já denominada “Primavera Feminista”.
O grito das mulheres (Revista IstoÉ, 06/11/2015)
“Quando cuido de mim, cuido de todas as mulheres” (Revista Época, 06/11/2015)
A Primavera das Mulheres (Revista Época, 07/11/2015)
‘É importante não permitir que direitos conquistados retrocedam’ (O Globo, 08/11/2015)
Tocados pelo #primeiroassedio, homens fazem mea-culpa (O Globo, 08/11/2015)