(Folha de S.Paulo) Estudo realizado pelo Hospital Pérola Byington, na cidade de São Paulo, mostra que 88,9% das mulheres que engravidam em consequência de um estupro procuram assistência médica tardiamente.
O ginecologista Thomaz Gollop, coordenador do Grupo de Estudos sobre Aborto, diz que muitas mulheres não têm noção de seus direitos e têm medo de procurar ajuda. “Há também uma questão vinculada à vergonha que impede a mulher de revelar a violência praticada contra ela. Quando engravidam, escondem a gravidez e só procuram assistência quando ela é claramente evidente.”
A psicóloga Daniela Pedroso diz que em 39% dos casos de não aprovação da realização de aborto em vítimas de estupro isso ocorre pela idade gestacional estar acima do que é possível para o procedimento.
Segundo o estudo, a mulher vítima de abuso sexual que engravida tem idade média de 22,2 anos -149 pacientes tinham menos de 15 anos.
Vítimas entre 15 e 19 anos realizaram menos aborto que as mais velhas. A principal razão foi chegar ao serviço de saúde com a gravidez mais avançada. “Elas têm uma percepção mais tardia da gestação e mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde”, diz Daniela.
Acesse na íntegra:
Estuprada demora para buscar médico (Folha de S.Paulo – 20/12/2010)
O que as mulheres temem ao contar sua história a médicos?, por Debora Diniz (Folha de S.Paulo – 20/12/2010)