(Senado Federal, 07/04/2016) A Procuradoria Especial da Mulher do Senado vem a público manifestar repudio ao ato violento dirigido à juíza Tatiana Moreira Lima, feita refém na tarde desta quarta-feira (30), no Fórum Regional do Butantã, na zona oeste de São Paulo. Como responsável pela vara da Violência Doméstica e em pleno exercício profissional, ela foi agredida por Alfredo José dos Santos com o qual teria audiência naquele horário por processo a que responde sob acusação de agredir a ex-mulher. O homem ameaçou atear fogo na juíza com um produto químico e a manteve refém por 20 minutos.
Ao longo dos séculos, muitos homens acostumaram-se a aplacar sua necessidade de dominar e subjugar o outro por meio da violência contra as mulheres. No Brasil, esse fenômeno social terrível parece ainda fazer parte do inconsciente coletivo. Entre 1980 e 2011, quase 100 mil mulheres morreram de forma violenta. Dados da publicação Mapa da Violência mostram que são aproximadamente 4.500 mortes com taxas de 4,6 mortes por 100 mil habitantes. São números que colocam o País na sétima posição entre as nações com mais mortes de mulheres.
Mudar uma cultura, mudar costumes e hábitos tão arraigados demanda muito esforço, persistência e coragem. Vamos reivindicar, e fazer muito barulho até que seja impossível não ouvir nossa mensagem. As mulheres têm direito a uma vida digna, segura, livre de violência, assédio ou qualquer tipo de coação.
Como instituição defensora da igualdade plena e do enfrentamento à violência contra as cidadãs, atuante na luta pela garantia dos direitos em favor do empoderamento da mulher, a Procuradoria da Mulher do Senado faz o alerta público sobre mais um caso de violência contra a mulher, conclamando a sociedade brasileira e o poder público para a tolerância zero à violência.
Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal
Acesse no site de origem: Moção de Repúdio à violência contra a juíza Tatiana Moreira Lima (Senado Federal, 07/04/2016)