(Correio Braziliense, 14/04/2016) No último sábado, jovem denunciou que a prima não entrou sem pagar, como as demais meninas, “por fugir dos padrões da casa”
Mais uma vez, frequentadores denunciam discriminação na casa noturna Villa Mix, zona sul de São Paulo. Uma jovem diz ter sido discriminada por promotores e seguranças da balada por não se adequar aos “padrões de beleza” do local. No ano passado, a casa noturna entrou na mira do Ministério Público após a criação de uma página no Facebook que denunciava casos de preconceito na porta da boate.
No último sábado (9/4), foi a paulista Nathalia Marcelino quem vivenciou uma situação constrangedora na porta do Villa Mix. Em um relato no Facebook, a prima da jovem, Carol Marcelino, contou que foi à casa noturna com a prima e amigas para participar de uma comemoração. Mas, foi antes mesmo de entrar que tudo aconteceu. Enquanto o acesso de todas foi permitido pelo promoter e segurança do local, Nathalia foi barrada. “Todas as meninas que estavam na lista de um promoter X eram zeradas por causa da tal lista de aniversário. Menos uma, no caso, minha prima. Fui saber o motivo. Não me importo em pagar balada. Mas, fiquei com aquilo na cabeça ‘porque só uma que não ganhou? Será um erro? Ou o que eu já estava pensando?’”, desabafou Carol. “Mesmo sabendo que estava entrando em um lugar que invadia meus próprios princípios, tal como alguns quesitos que devemos seguir antes mesmo de pensar em chegar lá. ‘Não pode usar tênis da marca X, não pode não ir de salto, a roupa deve ser muito arrumada se não é barrado’ e várias outras regras, no mínimo, fúteis”, conta, indignada.
No depoimento, a jovem também alega que tentou conversar com o segurança. “Esperei minha prima se afastar para evitar qualquer tipo de constrangimento a ela e perguntei: ‘Moço, porque a dela nao está zerada? O senhor sabe sim!'”. Segundo Carol, o segurança, “na maior frieza e tranquilidade”, disse: “Ela foge do padrão da casa”. Enfurecida com a situação, Carol reivindicou uma resposta plausível, já que essa justificativa, para ela, não era viável. No entanto, depois disso, a jovem também foi barrada, por “apresentar perigo à casa”.
Carol Marcelino compartilhou no perfil do Facebook o relato acompanhado de uma imagem com a frase “Boicote aos padrões do Villa Mix SP”. O post já foi apoiado por mais de 30 mil.
Com a repercussão do caso, a Villa Mix se pronunciou na rede social afirmando que o espaço “rejeita qualquer tipo de preconceito e discriminação”.
Veja a nota de esclarecimento:
Esclarecemos que diante das acusações, a casa de shows Villa Mix é uma casa de entretenimento extremamente popular, a qual rejeita qualquer tipo de preconceito e descriminação. O valor moral e o respeito aos clientes são essenciais para alcançar uma história com mais de quatro anos de sucesso.
Vale lembrar que a casa noturna Villa Mix é pessoa jurídica idônea, geradora de empregos, cumpridora de suas obrigações e com o passado ilibado. E reiteramos, enfaticamente, nosso desacordo com qualquer tipo de discriminação e preconceito.
Estamos dando continuidade à apuração das alegações em questão.
Acesse no site de origem: Mais uma vez, balada sertaneja em SP é alvo de relato de discriminação (Correio Braziliense, 14/04/2016)