(O Globo, 11/06/2016) Presidente do Conselho Curador da EBC, a jornalista Rita Freire reagiu às declarações do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmando ser uma “temeridade” querer acabar com uma estrutura voltada para a sociedade, de informação pública. Ela disse que a EBC está sob “forte ataque” na gestão do presidente interino Michel Temer e que o Conselho deverá se pronunciar mais uma vez em defesa da empresa. Rita Freire disse que os servidores da EBC estão sofrendo um grande incômodo.
— A posição do Conselho Curador é muito clara na defesa da EBC com todas as armas que tiver. É a defesa do direito da sociedade de ter informação pública. É uma temeridade querer desmontar esse aparato público. É um discurso político conveniente para quem quer desmontar, barrar o aparato público de informação e deixar apenas a privada. Em dez dias de governo Temer, se tocou o terror alí dentro —disse Rita Freire.
Rita Freire ressaltou que a EBC não se resume à TV Brasil, tendo uma agência de notícias e toda uma estrutura que leva informação à sociedade, com a discussão de temas polêmicos. Ela explicou que a TV Brasil é a TV pública e que a NBr é a TV estatal, do governo, para quem a EBC presta serviço e que é preciso separar as coisas.
— A EBC está sob ataque e vamos ter que nos posicionar. Pode-se apontar os problemas, mas para que haja aperfeiçoamento — disse ela.
Para rebater o discurso de aparelhamento político, ela lembrou que hoje 70% dos cargos da empresa precisam ser ocupados por concursados e que cargos de confiança podem ser simplesmente demitidos.
Segundo interlocutores, o atual presidente da EBC, Ricardo Melo, não foi informado desta proposta do governo interino. Para o grupo de Melo, é mais uma ideia para desgastar a EBC, para colocar pressão. Interlocutores de Ricardo Melo reclamam que Temer está focando o problema em cerca de 100 cargos de comissão, quando a empresa tem cerca de 2 mil funcionários.
Por Cristiane Jungblut
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