(Folha de S.Paulo) Em artigo publico na seção Tendências/Debates, Soraya Smaili, professora da Escola Paulista de Medicina e diretora cultural do Instituto da Cultura Árabe, e Marcia Camargo, jornalista e autora de “O Irã sob o Chador”, criticam os mitos a respeito das mulheres árabes, como elas serem vistas pelo ocidente como “seres inferiores”, “exóticas” e “submissas”. Leia trechos abaixo:
“Há mitos a serem desfeitos. O primeiro deles é o de acreditar que todas as mulheres árabes são muçulmanas reprimidas, obrigadas a usar o niqab, o chador ou a burca. Trata-se de uma visão equivocada. Nem todas as árabes professam o islamismo, e mesmo dentre estas a burca não é de uso corrente, muito menos compulsório.”
“Outro mito recorrente é o de que a mulher árabe não tem voz, não luta por seus direitos e terá sempre que se recolher ao cárcere do lar. Os fatos recentes mostram que o levante árabe de 2011 espelha um movimento pelo fim da opressão, por dignidade e direitos humanos. Como tal, inclui as mulheres.”
“No Egito e na Tunísia, elas se engajaram na luta pela democracia, formaram comitês populares, convocaram passeatas, entraram diretamente nos confrontos. As TVs exibiram imagens marcantes de mulheres de todos os tipos clamando pelo fim das ditaduras. E o movimento continua.”
“Práticas arcaicas como a mutilação genital são combatidas por organizações femininas nesses países e foram condenadas pelo islã. As árabes lutam pelo direito de ir e vir e por postos de trabalhos dignos, como as mulheres do mundo todo.”
“Assim como os homens, elas estão sedentas por liberdade e irmanadas com os movimentos internacionais na luta por direitos universais. O momento é de mudanças, e estas também pertencem às mulheres árabes.”
Veja o artigo completo: A primavera também é das mulheres árabes, por Soraya Smaili e Marcia Camargos (Folha de S.Paulo – 11/04/2011)
Leia também:
“A proibição do uso da burca, que entra amanhã em vigor no país, não é liberal, igualitária, nem necessária, e muito provavelmente terá resultado contraproducente”, escreve Timothy Garton Ash, professor de estudos europeus na Universidade de Oxford – Se acredita em liberdade, não siga o exemplo francês, por Timothy Garton Ash (O Estado de S.Paulo – 10/04/2011)