(HuffPost Brasil, 27/07/2016) Estamos em 2016 e amamentar ainda surpreende.
A foto da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB/RS) amamentando a pequena Laura durante uma sessão na Assembleia da Comissão de Direitos Humanos foi compartilhada mundo afora. Ela teve sua imagem replicada em países como Índia, Japão e Nigéria.
Mas, de acordo com Manuela, o registro do momento não foi algo intencional – pelo contrário, amamentar sua filha tem sido um gesto natural há 11 meses, desde que nasceu, e naquela ocasião não foi diferente.
Mas por que a foto da deputada se tornou um símbolo? Em um post no Facebook, Manuela refletiu sobre a situação:
“Fiquei reflexiva sobre os porquês dessa foto chamar tanta atenção. Laura frequenta meu trabalho quando se faz necessário. Ela foi amamentada exclusivamente até os seis meses e eu tive quatro de licença. Ela segue mamando no peito. […] A comissão começou a se estender por pautas trazidas por mim. Ela mamou ali. E dormiu. Todas as mulheres que são mães e amamentam ou amamentaram sabem que esse gesto é natural e espontâneo.
O que chama atenção na foto em minha opinião? Mulheres em espaço de poder, crianças em espaços de poder, vida em espaços de poder. A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês. Levar Laura comigo tornou-se, sem que eu percebesse, uma forma de resistir a política que desumaniza.“
Usuários da rede social aproveitaram a oportunidade para comentar sobre o tema que para alguns ainda permanece um tabu, apesar de ser uma recomendação da Organização Mundial de Saúde que todas as crianças tenham acesso ao aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade.
Ana Beatriz Rosa
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