Em Guiné-Bissau, os resultados do sequenciamento genético realizados em quatro casos confirmados de zika mostraram de forma preliminar que os casos são da ascendência africana
(Estadão, 02/09/2016 – Acesse no site de origem)
A cepa dos casos de vírus da zika detectados em Guiné-Bissau é diferente daquela registrada na América Latina, responsável por complicações neurológicas e graves anomalia no desenvolvimento cerebral do feto, aponta os primeiros resultados publicados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
“Em Guiné-Bissau, os resultados do sequenciamento genético realizados em quatro casos confirmados de zika mostraram de forma preliminar que os casos são da ascendência africana, e não da ascendência asiática do vírus que provocou uma epidemia no Brasil e na América Latina”, explica a OMS, em um comunicado.
Cabo Verde continua sendo o único país africano em que a cepa asiática do vírus foi detectada desde o início da epidemia na América Latina em 2015. “Apesar da cepa africana identificada em Guiné-Bissau não ter sido associada à microcefalia nem a outras complicações neurológicas, uma vigilância maior é necessária”, destacou a OMS. A organização também indicou que está examinando cinco casos de microcefalia em Guiné-Bissau para determinar se tem relação com o vírus da zika.
Em fevereiro, a OMS decretou que a epidemia do vírus da zika na América Latina era uma “emergência de saúde pública de alcance internacional”. A agência da ONU deve informar nesta sexta-feira (2) se a situação permanece vigente.
Não existe nenhuma vacina ou tratamento contra o vírus da zika. Transmitido por mosquitos ou por relações sexuais, o vírus afetou 1,5 milhão de pessoas no Brasil. O vírus da zika, benigno na maior parte dos casos, pode provocar complicações neurológicas e, sobretudo, graves anomalias no desenvolvimento cerebral (incluindo a microcefalia) dos fetos de mães infectadas.
Um terço da população do planeta –2,6 bilhões de pessoas– vive em países nos quais o vírus da zika pode se propagar, de acordo com um estudo publicado pela revista médica britânica “The Lancet Infectious Diseases”.