Uma das maiores atletas de todos os tempos, com incríveis 22 Grand Slams, Serena Williams não é apenas um ícone do tênis. Em sua biografia ainda há espaço para a quebra de padrões de beleza, luta por igualdade de gênero e também racial.
(HuffPost Brasil, 07/10/2016 – acesse no site de origem)
Com músculos salientes, ostentando penteados inusitados e vestidos convencionais nas quadras, a atleta segue desde o início de sua carreira, aos 14 anos, na contramão dos discutíveis padrões estéticos impostos pela mídia.
Hoje com 34 anos, Serena transmite autoconfiança capaz de derrubar racistas e misóginos, além de adversários nas quadras – todos ao mesmo tempo.
Capa da edição de outubro da revista americana The Fader, Serena Williams deu uma longa entrevista, na qual falou sobre carreira, autoestima, sua luta contra o racismo, entre outros assuntos.
Em um dos trechos, a tenista conta como como driblou a pressão das críticas sobre sua invejável carreira:
“Desde que ganhei meu primeiro Grand Slam, não leio nada que escrevem sobre mim. Se vejo meu nome, desvio o olhar, olho só as fotos. Não leio porque não quero ficar muito convencida (com os elogios) e ao mesmo tempo não quero ter essa energia negativa (com as críticas).”
Serena também aparece em um ensaio sensual na revista. E se você acha que ela está insatisfeita com o próprio corpo, está enganado:
“As pessoas dizem ‘ela é muito forte’, depois dizem ‘ela é muito sexy’, depois dizem que sou muito forte de novo. Elas não se decidem. Mas de qualquer forma, eu não me importo. Eu sou eu e nunca mudei.”
A atleta relembrou um de seus figurinos marcantes em quadra para salientar que essa segurança não vem de agora:
“Sempre me senti confortável com minha sexualidade, mesmo antes daquele macacão “mulher gato” do US Open de 2002. Me sinto segura desde que eu tinha 20 anos, ou talvez antes.”
Em outro trecho, ela fala sobre como a confiança em si mesma influenciou foi importante em sua trajetória. E deixa um conselho para todas as mulheres:
“As pessoas têm direito a ter suas opiniões, mas o que mais importa é como me sinto sobre mim, porque é isso que vai determinar o lugar onde eu me encontro. Tenho confiança em mim mesma quer você goste ou não de mim […] Essa é a mensagem que eu tento passar outras mulheres, em especial às mais jovens: ‘você tem que amar a si própria, e se você não se ama, ninguém mais vai.’”
Na longa entrevista, a tenista também fala sobre sua participação na luta do contra o racismo. Ela revelou que um dos momentos mais emocionantes que viveu foi durante a visita ao continente africano, uma vez que “sempre quis conhecer suas raízes”.
Segundo a atleta, dois outros fatos mudaram sua forma de enxergar o mundo e as questões raciais: o encontro com Nelson Mandela e a leitura de sua biografia. O líder sul-africano morreu em 2013.
Assista a um vídeo com outros trechos (em inglês) da entrevista com essa mulher poderosa: