Autoridades sanitárias argentinas informaram nesta sexta-feira que nasceu um bebê com microcefalia depois de que sua mãe contraiu o vírus zika na Bolívia, um mês depois da morte de um recém-nascido por esta malformação.
(IstoÉ, 02/12/2016 – acesse no site de origem)
A secretária de Prevenção e Promoção da Saúde da província de Córdoba (centro), Marcela Miravet, disse que no fim de semana passado nasceu “um menino fruto de uma gestação de uma mulher de nacionalidade boliviana, que vive em Córdoba, mas que nos primeiros meses de gravidez esteve na Bolívia, onde contraiu a doença do zika”, segundo declarações publicadas pelo jornal Clarín.
As autoridades de Saúde provinciais confirmaram que o caso deste bebê foi um dos primeiros detectados na Argentina nos controles de diagnóstico por ultrassonografias.
Miravet acrescentou que nestes estudos “foram encontradas outras lesões do sistema nervoso central, que aparentemente são características, de acordo com o que se conhece no Brasil e na Colômbia, que é onde houve casos de microcefalia e alterações neurológicas vinculadas a grávidas que tiveram zika”.
Em meados de novembro, as autoridades sanitárias argentinas reportaram o primeiro caso de morte de um bebê com microcefalia associada ao zika ocorrida na província de Tucumán (norte).
O bebê, que morreu dez dias depois de seu nascimento, “tinha (uma) doença congênita pelo vírus zika”, informou o diretor nacional de Epidemiologia, Jorge San Juan.
Desde setembro, a Argentina registrou ao menos quatro casos autóctones de zika.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em 18 de novembro que o zika deixou de ser uma “emergência de saúde pública mundial”, mas que o vírus continua sendo “um problema extremamente importante a longo prazo”.
O zika surgiu há um ano na América Latina, e especialistas afirmam que os governos continuam subestimando-o.
O Brasil é o país mais afetado pelo zika, com 1,5 milhão de pessoas infectadas, mais de 2.000 bebês nascidos com microcefalia e outros 3.000 com suspeita da doença.
Até o momento, não existe tratamento nem vacinas para combater o vírus, que é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da chikungunya.
Além da microcefalia, o vírus também está associado à síndrome de Guillain-Barré, uma grave doença neurológica.