Na lista de cotados para substituir o ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF), três são mulheres: a advogada-geral da União, Grace Mendonça, a Secretária de Direitos Humanos, Flávia Piovesan, e a ministra do Superior Tribunal de Justiça Isabel Galootii.
(HuffPost Brasil, 27/01/2017 – acesse no site de origem)
O presidente Michel Temer fará a indicação após o Supremo decidir quem será o próximo relator da Lava Jato.
O peemedebista foi citado 43 vezes na delação da Odebrecht, que envolve mais de 200 políticos. Os documentos estão prontos para serem homologados pelo STF.
De acordo com depoimento do executivo Claudio Melo Filho, divulgado em dezembro do ano passado, parte dos R$ 10 milhões acertados por Temer e Marcelo Odebrechtpara o PMDB foram para a campanha de 2014 do atual presidente.
O nome indicado pelo presidente para a Supremo Corte passa por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e precisa também da aprovação do plenário da Casa.
Outros concorrentes para o cargo são o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho e os ministros do STJ Rogério Schietti e Luis Felipe Salomão.
Conheça as três candidatas:
Grace Mendonça
Advogada-geral da União desde setembro, Grace Mendonça é especialista em direito processual civil e faz mestrado em direito constitucional no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), onde um dos sócios-fundadores é o ministro do STF Gilmar Mendes.
Grace Mendonça assumiu a Advocacia-geral da União (AGU) após a saída de Fábio Medina Osório, envolvido em um desentendimento com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre os rumos da Lava Jato.
Ela se tornou então a primeira ministra do peemedebista e a primeira mulher a comandar a AGU, onde ela é funcionária desde. Sua indicação ao Supremo teria a simpatia da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, na avaliação de assessores de Temer.
A AGU foi citada pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, como parte da tentativa de favorecer o então titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para liberar a obra do apartamento de luxo em Salvador. A pasta negou as acusações.
Flavia Piovesan
Secretária de Direitos Humanos do governo Temer, Flávia Piovesan é conhecida pela carreira voltada para os direitos humanos e para a área internacional.
Doutora em direito pela PUC de São Paulo, chegou ao cargo com o apoio da filha do peemedebista, Luciana Temer, que ocupou a Secretaria de Assistência Social no governo de Fernando Haddad.
Antes de integrar o alto escalão, Flavia Piovesan procuradora do estado de São Paulo. A jurista é conhecida pela luta pelos direitos reprodutivos e sexuais da mulher.
Em entrevista ao HuffPost Brasil, defendeu a criminalização da homofobia e defendeu a revisão da Lei da Anistia.
Isabel Gallotti
Ex-procuradora da República e ex-juíza do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, Isabel Gallotti é ministra do STJ desde 2010, quando foi nomeada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É filha e neta, respectivamente, dos ex-ministros do STF Octavio Pires Gallotti e Luís d’Assunção Gallotti, e esposa do ministro do TCU Walton Alencar Rodrigues.
A nomeação de Isabel Galloti chegou a ser investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2014.
A suspeita era de que Walton Alencar Rodrigues teria pressionado a então ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para que a esposa fosse nomeada. Ele negou as acusações.