Para o deputado Laércio Oliveira (SD-SE), a mulher também exerce papel determinante no home office do marido.
“Somente no setor básico, asseio e conservação, é unanimidade, se terceiriza em todo lugar. Somente nessa atividade tem mais de dois milhões de trabalhadores, 60% dessa mão de obra é feminina, porque faz limpeza. E ninguém faz limpeza melhor do que a mulher. À exceção de mim, que sou muito bom.”
(Huffpost Brasil, 23/03/2017 – acesse no site de origem)
Esta é a opinião do deputado Laércio Oliveira (SD-SE), relator do projeto aprovado na quarta-feira (22) que regulamenta a terceirização para todas as atividades no País.
Em debate organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Oliveira, segundo a Folha de S.Paulo, também destacou o sexo feminino ao falar sobre “home office”.
Em tom de brincadeira, ele afirmou que é preciso entender o ambiente em que o trabalhador estará inserido, se será propício ou estressante.
“Eu vi um comentário nesta semana que a gente tem de estar preocupado com o trabalhador que vai trabalhar dentro dessa modalidade de contratação, porque precisa entender a mulher dele. Como é a mulher dele? Ela vai ser uma pessoa agradável e trazer um cafezinho de vez em quando ou vai ficar reclamando com ele: ‘Acaba esse negócio aí, venha pegar o menino e trocar a roupa dele?”
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o deputado afirma que “as mulheres são competentes em todas as áreas”.
“O deputado federal Laércio Oliveira sempre diz que as mulheres são dedicadas e minuciosas no desempenho de todas as atividades e que inclusive todas as funcionárias do gabinete dele em Brasília são mulheres. Ele sempre fala isso com relação às atividades laborais em geral. Contudo, a fala foi retirada de uma afirmação cujo questionamento foi feito com relação ao trabalho na área de asseio e conservação e portanto pede desculpas a todas as mulheres, caso tenha sido mal interpretado”, afirma a assessoria.
Terceirização
Atualmente, a terceirização é permitida somente nas chamadas atividades-meio, ou seja, que não são o principal objetivo da empresa, como limpeza, segurança e conservação.
Com o projeto aprovado na quarta-feira (22), a contratação terceirizada pode ocorrer sem restrições, inclusive na administração pública.
A proposta é de interesse do Palácio do Planalto. Os defensores argumentam que incentivará a criação de empregos. Os críticos sustentam que irá precarizar os direitos trabalhistas.