Método permite detectar vírus em mosquitos e poderá ser usado para confirmar infecções em humanos
Um novo teste rápido, eficaz e barato poderá ajudar na prevenção e no diagnóstico da zika, anuncia um novo estudo, publicado nesta quarta-feira na revista “Science”. Desenvolvido por cientistas da Universidade do Colorado, nos EUA, o método permite detectar a presença do vírus não só em populações de mosquitos, mas também em fluidos humanos como sangue, saliva, urina e sêmen. Com isso, os pesquisadores esperam evitar o uso pesado, caro e desnecessário de inseticidas no combate aos vetores da doença, os mosquitos do gênero Aedes.
(O Globo, 03/05/2017 – Acesse no site de origem)
A doença chamou atenção no Brasil por estar associada com um repentido aumento dos casos de microcefalia em bebês, além de outras má-formações, no que ficou conhecido como síndrome congênita da zika.
Os pesquisadores “amplificaram” genomas de vírus da zika usando uma técnica especializada chamada LAMP, abordagem que se mostrou muito mais sensível do que o método de detecção padrão usado hoje em dia, o qRT-PCR.
Uma das principais diferenças é que, ao contrário do qRT-PCR, o LAMP não produz falsos positivos, porque ele não “confunde” o vírus da zika com vírus estreitamente relacionados, como o da dengue ou o da chicungunha. Outra vantagem significativa é que o LAMP não requer reagentes caros.
Os pesquisadores validaram o teste LAMP usando vírus artificialmente injetados em materiais de indivíduos saudáveis e também em amostras clínicas coletadas de casos confirmados de infecção pelo vírus da zika. O LAMP também foi suficientemente sensível para identificar um único mosquito infectado em meio a um conjunto de 50 insetos não infectados.
De acordo com os autores, a praticidade de processamento e o tempo de resposta acelerado do LAMP serão valiosos para a vigilância e o controle do vírus da zika.