O grupo extremista Boko Haram libertou 82 das mais de 270 meninas sequestradas há três anos em Chibok, na Nigéria, segundo autoridades locais em condição de anonimato. Há também relatos, no entanto, de que o número poderia ser de 62 meninas agora livres. As estudantes, que foram capturadas na escola em abril de 2014, finalmente puderam deixar o cativeiro após negociações com o governo. Nunca tantas das meninas saíram do cativeiro do grupo extremista de uma só vez.
(O Globo, 06/05/2017 – Acesse o site de origem)
O Boko Haram sequestrou mais de 270 estudantes de uma escola em Chibok em abril de 2014 — um ato que provocou comoção no mundo todo e uma campanha pela libertação das meninas, com o apoio da ex-primeira-dama dos EUA, Michelle Obama. Não havia sinal do seu paradeiro até maio de 2016, quando uma delas foi encontrada com um bebê. Em seguida, alguns meses depois, mais de 20 meninas foram libertadas e reencontraram suas famílias.
Uma fonte militar afirmou, em anonimato, que as meninas libertadas neste sábado estão em Banki, perto da fronteira com Camarões, para serem submetidas a exames médicos. Em seguida, deverão ser levadas de avião a Maiduguri amanhã. O pai de uma das sequestradas também confirmou que as meninas foram libertadas.
Desde que foram levadas, os parentes das vítima iniciaram uma campanha em apelo pela volta das jovens meninas com o lema “Bring Back Our Girls” (“Tragam de volta nossas meninas”, em português). Os últimos resgates aumentam as esperanças das famílias que ainda aguardam pelo dia em que poderão rever suas filhas. Além das meninas libertadas, muitas conseguiram fugir. Mas, até hoje, havia cerca de 195 delas desaparecidas.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) explica que a recuperação do trauma é longa e difícil para as ex-reféns. A agência da ONU defende que é importante que continue a pressão para que sejam soltas todas as mulheres e crianças sequestradas pelo Boko Haram.
O grupo militante islâmico também sequestrou milhares de outras pessoas durante a sua insurgência de sete anos no Nordeste da Nigéria. Mais de 15 mil pessoas foram mortas e dois milhões foram forçadas a deixar as suas casas. No ano passado, a organização jihadista prometeu lealdade ao Estado Islâmico (EI).