Investimentos em centros de saúde e capacitação profissional levaram a queda de 30% nos índices. Estado também busca reduzir mortalidade infantil a um dígito
(Rádio ONU, 04/07/2017 – acesse no site de origem)
Uma iniciativa que une o Banco Mundial e o governo do Paraná fez a mortalidade materna cair 30% nos últimos seis anos, chegando a 46,5 por 100 mil nascidos vivos. Além disso, 85% das grávidas do estado já sabem exatamente onde vão dar à luz.
Esses são alguns dos principais resultados do programa Mãe Paranaense, que recebeu investimento de R$ 630 milhões em centros de saúde e em capacitação dos profissionais.
Risco
O programa determina, conforme o risco da gravidez, onde a mulher fará o pré-natal e o parto. A estratificação de risco leva em conta diversos fatores, como estado de saúde, idade, escolaridade e raça. Segundo Debora Bilovus, coordenadora da rede Mãe Paranaense, o procedimento dá mais confiança às futuras mães e às equipes médicas, além de permitir melhor uso dos recursos.
“Essa gestante vai ser estratificada a cada consulta de pré-natal. Estratificar o risco dessa mulher é garantir que ela tenha um atendimento adequado e de qualidade de acordo com seu risco gestacional. A gente quer reduzir ao máximo o número de óbitos por causas evitáveis.”
Projeto
Independentemente do risco, as grávidas fazem no mínimo sete consultas e 23 exames. Para a auxiliar de limpeza Geisielen Ferreira, 33 anos, é um acompanhamento mais rigoroso do que o recebido quando ela teve o primeiro filho, aos 15. Mesmo com uma gestação de alto risco, devido a uma trombose sofrida há quatro anos, ela se sente tranquila.
“No dia que eu vim para cá, fiquei internada aqui e vi o tratamento que a gestante tem no pré-parto, a tranquilidade… Esse medo que eu tinha já foi embora.”
O investimento faz parte do Projeto de Desenvolvimento Multissetorial do Paraná, do Banco Mundial, que vai até novembro de 2019. Os próximos passos do Mãe Paranaense são levar esse atendimento a todas as grávidas e reduzir a mortalidade infantil para menos de 10 por mil nascidos vivos, um feito ainda inédito no Brasil.
Mariana Ceratti