Até ano passado, pouco se sabia sobre a participação da bióloga Bertha Lutz na Conferência de São Francisco, que estabeleceu as bases para a criação da ONU em 1945. Pioneira do feminismo no Brasil, ela foi uma das oito mulheres entre 300 delegados presentes.
(O Globo, 10/07/2017 – acesse no site de origem)
Mas uma série de cartas descobertas na Universidade de Londres revelou muito mais: Bertha foi a principal responsável pela inclusão da igualdade de gênero na Carta da ONU, marco histórico para o movimento feminista.
Os bastidores desta descoberta, das pesquisadoras Fatima Sator, argelina, e Elise Luhr Dietrichson, norueguesa, será tema de um documentário. A realização é da produtora Planet Pop, de brasileiros sediados em Nova York.
A investigação desvelou, ainda, que as representantes dos Estados Unidos e Inglaterra se opuseram às propostas de Bertha, que consideraram “vulgares”. Apelidaram-a de “Lutzwaffe”, trocadilho com o nome da força aérea nazista — semelhante ao pejorativo “feminazi” de hoje.
Clarissa Stycer