A especialista em medicina fetal Adriana Melo foi a primeira a conseguir comprovar em laboratório a ligação entre a malformação e as infecções por zika
(Cláudia, 17/07/2017 – acesse no site de origem)
Vencedora do Prêmio CLAUDIA 2016 na categoria Ciências e pioneira na comprovação da relação do zika vírus com a microcefalia, a médica Adriana Melo conquistou mais um passo importante em seu trabalho.
Em 1º de julho deste ano, foi inaugurada a sede do Instituto de Pesquisa Joaquim Amorim Neto em Campina Grande (PB). A instituição tem como objetivo fornecer tratamento às vítimas de microcefalia e síndrome congênita do zika vírus, além de prevenção, assistência e pesquisa sobre a doença.
“Foi uma conquista muito grande, resultado de quase dois anos de luta e conscientização para conseguir apoio”, afirma Adriana, que é especialista em medicina fetal. “Acreditamos que a assistência deve ser realizada em conjunto com a pesquisa, daí o nosso desejo de oferecer as duas coisas em um mesmo lugar”.
Para a equipe, uma melhor compreensão da doença vem com o melhor atendimento às necessidades dos pacientes e seus familiares. “Enquanto muitos centros davam pouca importância às mães e seus bebês, preocupados apenas em promover os estudos, resolvemos agir de forma diferente”, diz a médica.
“Chamamos nossa iniciativa de pesquisa-ação. Ou seja, realizamos pesquisa ao mesmo tempo em que fazemos algo para ver os resultados. Não achamos correto, ao fazer ciência, apenas coletar os dados e ir embora, sem dar retorno ao paciente”.
O centro trabalha com uma equipe multidisciplinar, que faz o acompanhamento completo. O atendimento passa por fisioterapeuta, neuropediatra, pediatra, fonoaudiólogo e outros profissionais. Ao final, os especialistas se reúnem para discutir a melhor conduta a ser adotada em cada caso, permitindo uma visualização completa dos quadros.
O desafio agora é conseguir recursos para aumentar a capacidade de atendimento. Até a inauguração do centro, cerca de 125 crianças eram atendidas. Mas o número não para de crescer. “Estamos sendo procurados também por pacientes de outras cidades e não dá para dizer ‘não’ a uma mãe”, diz Adriana.
Grande parte do dinheiro arrecadado para a construção do instituto veio de pessoas comuns. “Podemos dizer que foi a população que se sensibilizou e ajudou na causa”, conta. O centro tem parceria com a ONG Fraternidade sem Fronteiras (FSF), que recebe doações e apoio na forma de apadrinhamento das crianças.
Além disso, moradores da região podem contribuir com doações através de sua conta de luz. Para mais informações sobre como doar, clique AQUI.