A ONU Mulheres participou do seminário, promovido pelo Sistema Firjan, para discutir a inclusão das dimensões raciais nas ações no âmbito dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs)
(ONU Mulheres, 20/07/2017 – acesse no site de origem)
A garantia da diversidade racial no corpo de funcionários e funcionárias das empresas e seus impactos positivos motivou os debates do Seminário Gestão da Diversidade: Equidade Racial como Valor de Negócio, promovido pelo Sistema Firjan, na terça-feira (18/7), no Rio de Janeiro. A assistente de programas da ONU Mulheres Juliana Maia participou do evento e apresentou a Década Internacional de Afrodescendentes (2015 – 2024), bem como a necessidade de incluir as dimensões raciais nas ações para o empoderamento das mulheres.
O trabalho da ONU Mulheres com o setor empresarial se dá, principalmente, pelos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), cujo principal objetivo é comprometer as empresas para ações que garantam a participação equitativa de mulheres em todo o corpo funcional, principalmente com relação às mulheres negras.
No Brasil, são 125 empresas signatárias aos Princípios, mas de acordo com Juliana Maia, as organizações ainda precisam avançar para incluir as perspectivas da população negra no cumprimento das metas estabelecidas. “A Década está inserida no Marco de Ações do Sistema ONU para o Desenvolvimento Sustentável de 2017 a 2021. Então, essas agendas estão alinhadas no sentido de promover o empoderamento considerando a diversidade das mulheres, sejam elas brancas ou negras, e toda sua pluralidade”, explicou.
Baixa representação – Juliana avaliou, ainda, que é preciso discutir o tema, pois as mulheres ocupam pouquíssimos cargos de liderança. Considerando as mulheres negras, esse número é ainda menor. Dados do Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil, de 2016, dão conta de que as mulheres negras representam apenas 10,6% do total funcionários do setor. No quadro executivo, elas são somente duas entre 548 diretores (0,4%). A partir desse cenário, a assistente de programas considera que é importante sensibilizar as empresas para que mais mulheres ocupem cargos de liderança.
Para Juliana, uma vez que as empresas garantam isso, fortalecem o quadro funcional para que a igualdade seja promovida desde a base até o topo. “Os Princípios compreendem ações na alta liderança para a realização de um diagnóstico para que saibam onde estão e em que é preciso para avançar. Quando temos os Princípios aliados à agenda da Década Internacional de Afrodescendentes, é possível vislumbrar mais resultados e atingir com mais propriedade a cadeia de valores empresarial”, concluiu.
Boas práticas – O seminário teve um momento para apresentação de boas práticas. Juliana destacou a parceria estabelecida entre a ONU Mulheres e o Instituto Coca-Cola que beneficiou diretamente mais de 20 mil mulheres, integrantes coletivos de reciclagem de comunidades de baixa renda brasileiras, a partir do incentivo aos negócios locais por meio de oficinas sobre empreendedorismo e igualdade de gênero. Como resultado, ela destacou o desenvolvimento do Guia de Formalização Rápida para Empreendedoras.
Gestão da Diversidade – O evento promovido pelo Sistema Firjan discutiu a importância de garantir a diversidade racial nas empresas, bem como a influência positiva nos negócios. A atividade faz parte da programação do Festival X-Tudo SESI Cultural 2017, com tema Cultura Negra.