(Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo/O Globo) As mulheres da Arábia Saudita poderão votar e se candidatar em eleições pela primeira vez desde que a monarquia al-Saud instalou-se no poder, há 88 anos. A medida foi anunciada ontem pelo rei Abdullah bin Abdulaziz al-Saud e valerá a partir de 2015 – excluindo a votação da próxima semana. A decisão é uma tentativa de reduzir a pressão popular que aumentou com as revoltas em outros países árabes e foi celebrada por ativistas, que aguardam há anos outros avanços, como o direito de dirigir, trabalhar, viajar ou passar por algumas cirurgias médicas sem a permissão de um homem da família.
Em discurso transmitido pela TV, o rei Abdullah afirmou que “se recusa a marginalizar as mulheres na sociedade e em todos os papéis que cumprem”.
“Apesar da eficácia questionada dos conselhos, o envolvimento das mulheres é necessário. Talvez depois haja outras mudanças”, disse Naila Attar, que organizou a campanha pelo direito das mulheres ao voto.
A escritora Wajeha al Huwaider também elogiou a iniciativa do rei. “A voz da mulher finalmente será ouvida”, disse. “Agora é hora de quebrar outras barreiras, como as proibições de dirigir e trabalhar, e de viver uma vida normal, sem homens guardiões”, completou.
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Mulheres sauditas ganham direito de votar (Folha de S.Paulo – 26/09/2011)
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