A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou nesta semana a terceira edição da sua campanha #MulheresRurais, mulheres com direitos, iniciativa que defende o empoderamento das latino-americanas e caribenhas vivendo no campo. Com o projeto, a agência da ONU acompanhará processos decisórios nos países da região para garantir igualdade de gênero em estratégias de desenvolvimento agrícola.
(ONU Brasil, 19/04/2018 – acesse no site de origem)
Em 2018, o programa da FAO criará o Mapa de aliados das mulheres rurais, uma ferramenta interativa que permitirá encontrar instituições com experiências positivas e inovadoras, voltadas para a autonomia das agricultoras, mulheres indígenas e afrodescendentes. A campanha também retomará ações de conscientização nas redes sociais.
No Brasil, a campanha será implementada em nível nacional pela Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (SEAD). As iniciativas da pasta serão realizadas com o selo Aqui Tem Mulher Rural. A rotulação distingue produtos da agricultura familiar que têm a participação das mulheres em seu processo de fabricação.
Mobilização regional e protagonismo indígena
A Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF), do MERCOSUL, promoverá um concurso de pesquisas, ensaios acadêmicos e experiências de organizações sobre eliminação da violência de gênero no mundo rural.
Também como parte da campanha, a FAO realizará um concurso de receitas ancestrais e saudáveis, que serão publicadas em um livro de forma participativa, por mulheres de diferentes países.
O organismo internacional trabalhará com lideranças indígenas das Américas Central e do Sul para dar visibilidade às suas perspectivas do que é desenvolvimento rural sustentável.
A ONU Mulheres incluíra a campanha em suas atividades e a difundirá em diversos espaços de diálogo. A decisão da instituição vem após o encontro anual da Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CSW), que teve como tema, em 2018, os desafios vividos pelas mulheres e meninas no meio rural.
Em fevereiro, 29 países da América Latina e Caribe se reuniram em evento preparatório para a congregação da comissão. Nessa ocasião, aprovaram a Declaração de Santo Domingo, documento em que as nações da região assumem compromissos pelo fim da violência de gênero no campo.
A ONU Mulheres divulgará a campanha na IV Cúpula Ibero-Americana de Agendas Locais de Gênero, que ocorrerá em maio, no Equador. O encontro terá uma oficina para elaborar estratégias de participação política das mulheres indígenas.
Como participar da campanha?
Qualquer pessoa, instituição ou organização pode apoiar a campanha usando o selo #MulheresRurais, mulheres com direitos e difundir #HistóriasQueEmpoderam em suas redes sociais. O selo está disponível para aplicação em materiais de divulgação que mencionam a iniciativa ou declaram apoio à estratégia da FAO — acesse clicando aqui.
A iniciativa tem uma proposta aberta e participativa: é fácil adaptar as artes existentes e inclusive criar novos layouts, usando como base o manual gráfico da campanha. Para acessar o manual, clique aqui.
As instituições interessadas em contribuir com a difusão da campanha ou em organizar conversas e atividades em comunidades rurais poderão registrar-se como colaboradoras, tornando-se parte do Mapa de aliados das mulheres rurais.
Qualquer organização ou centro de pesquisa também pode apoiar a #MulheresRurais, compartilhando publicações, vídeos, estudos e documentos. Para enviar conteúdos, clique aqui. As análises encaminhadas serão incluídas no Repositório de Conhecimentos sobre Mulheres Rurais da FAO. Informações servirão de base para a produção de novos materiais de conscientização durante todo o ano.