Evento em praça pública discute a importância do intercâmbio de experiências entre os movimentos de mulheres do continente
(Rede Brasil Atual, 01/06/2018 – acesse no site de origem)
Ativistas feministas da América Latina se reuniram na noite de terça-feira (29) no Rio de Janeiro para debater o avanço do conservadorismo no continente e trocar experiências de resistência. O evento foi realizado na Praça São Salvador, em Laranjeiras, zona sul da capital fluminense.
Do Uruguai, a integrante da Articulação Feminista Mercosul (AFM) Lucy Garrido, destacou a campanha Tua Boca é Fundamental Contra os Fundamentalismos. Para ela, o que há de mais fundamental são as pessoas.
“Quem tem que suportar o peso maior sobre suas famílias, na economia de suas casas, que são as perseguidas em todos os seus direitos, são elas, as mulheres. A quem dizem que não podem reproduzir-se ou que, sim, devem reproduzir-se? A nós, mulheres. Quem paga a pior parte, afinal, somos sempre nós”, afirmou à repórter Viviane Nascimento, para o Seu Jornal, da TVT.
A coordenadora do do movimento Mulheres Afroperuanas Feministas, Rocío Muñoz Flores, ressaltou a importância da luta contra o preconceito racial: “Espero e aposto que seja uma luta antirracista, por uma sociedade que garanta e respeite o direito de todas as mulheres. Para que nós possamos viver em uma sociedade sem racismo, sem discriminação, é fundamental que continuemos pressionando e debatendo dentro do movimento feminista”, afirmou.
A especialista em questões de gênero da Universidade de Córdoba (ARG) Ana Falu disse que, em comparação com o Brasil, a Argentina não sofreu um golpe de Estado, mas também tem hoje um governo conservador. Ela afirmou que o debate sobre a descriminalização do aborto, marcado para ocorrer no Congresso do seu país, a partir de 13 de junho, ainda enfrenta muita resistência.
O evento Resistências Feministas na América Latina contou também com a presença da viúva da vereadora assassinada Marielle Franco, Monica Benício, que destacou a solidariedade entre as mulheres como forma de resistência. “A gente só vai conseguir modificar essa sociedade se a gente fizer isso de mãos dadas, de forma horizontal, sem hierarquia. Uma mulher que sobe puxa a outra, e a gente vai fazer isso com muita sororidade (união e aliança entre as mulheres), com muita empatia”, disse ela.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT