Lançamento do projeto ‘Borboleta Lilás’ também marca a abertura da Semana da Justiça pela Paz em Casa, mutirão realizado por tribunais de todo o país, voltado para o combate à violência doméstica.
(G1, 22/08/2018 – acesse no site de origem)
Foi lançado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul na terça-feira (21), o projeto “Borboleta Lilás”, que busca acolher mulheres sobreviventes de tentativa de feminicídio e familiares das vítimas no estado.
A iniciativa é em parceria com a 1ª Vara do Júri e o 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFCM) da Comarca de Porto Alegre.
O objetivo é dar visibilidade aos processos de feminicídio, que receberão uma tarja lilás e terão fluxo diferenciado. “Não se trata de tramitação preferencial, mas diferenciada. Aplicar o que diz a Lei Maria da Penha”, explica a juíza Madgéli Frantz Machado, do 1º JVDFCM.
De acordo com a Corregedoria de Justiça, há no Rio Grande do Sul 990 processos de feminicídio em tramitação e somente em 2018 mais de 63 mil medidas protetivas foram concedidas a mulheres que se sentiram ameaçadas.
Com o Projeto Borboleta, as vítimas e os familiares serão encaminhados para as ações multidisciplinares com foco no estímulo à cidadania e à autoestima. Segundo a juíza Madgéli Frantz Machado, essas ações serão ligadas às demais varas criminais. Oficinas e atividades com psicólogos incluem as vítimas, os filhos e a reeducação de homens que se envolveram em violência doméstica.
“Muitos homens que praticam essas violências machistas, não identificam esse comportamento como violento, por isso a importância de um espaço de escuta”, afirma a juíza.
O lançamento ocorreu no Foro Central I, juntamente com a abertura da exposição “Ressignificando Emoções”, que traz bonecas feitas por mulheres vítimas de violência, que participam do grupo de arteterapia da Justiça. O evento também marca a abertura da Semana da Justiça pela Paz em Casa, mutirão realizado por tribunais de todo o país, voltado para o combate à violência doméstica.