Número subiu 25% em relação a 2014: 65 candidatos que se autodeclaram pretos foram eleitos neste ano, contra 52 que venceram a outra eleição.
(G1, 09/10/2018 – acesse no site de origem)
Dentre as 1.626 vagas para deputados distritais, estaduais, federais e senador, apenas 65 foram preenchidas por candidatos que se autodeclaram pretos nas eleições 2018. Eles são 4% dos eleitos neste ano, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Pardos e pretos eleitos em 2018
CARGO | PRETOS | PARDOS |
DEPUTADO DISTRITAL | 2 | 8 |
DEPUTADO ESTADUAL | 39 | 256 |
DEPUTADO FEDERAL | 21 | 104 |
SENADOR | 3 | 11 |
TOTAL | 65 | 379 |
No registro de candidatura do TSE, cada candidato pode se autodeclarar segundo uma de cinco categorias de raça ou cor: preta, parda, branca, amarela ou indígena. Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pardos e pretos são considerados como negros em conjunto. Eles somam 444 candidatos eleitos em 2018, o que representa 27,3% do total – 23,3% pardos. Em 2014, foram 389 negros eleitos no Brasil para deputados distritais, estaduais, federais e senador, um índice de 24,29%.
Mesmo com esse aumento no número de candidatos eleitos, as proporções são inferiores à realidade do país. A maioria dos brasileiros se enquadra como negro – 47,1% pardo e 8,8% preto, totalizando 55,9%. Os dados são do segundo trimestre de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
Além disso, essa porcentagem de negros que venceram a eleição é inferior a de candidaturas apresentadas ao TSE neste ano. Levantamento feito pelo G1 em agosto mostrou que 46,2% do total de candidaturas apresentadas eram de pessoas que se autodeclaram como pardas ou pretas. O número, no entanto, considerava os candidatos a governador.
PSL e PT elegem mais
O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Social Liberal (PSL), dos dois candidatos à presidência no 2º turno, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, foram os que mais elegeram deputados distritais, estaduais, federais e senadores negros.
O PSL elegeu ao todo 132 candidatos aos cargos, sendo que 42 deles eram negros (31,8% do total de eleitos pelo partido) – 37 pardos e 5 pretos. Levando em conta o total de eleitos por todos os partidos no Brasil, a sigla de Bolsonaro representa 9,45% dos negros que estarão no poder.
Já o PT, somou 145 candidatos eleitos a esses cargos. Dentre eles, 40 são negros – 25 se audeclaram pardos e 15, negros. O partido de Haddad elegeu 9% dos negros deputados e senadores que assumem no próximo ano.
Indígenas e amarelos
Dois autodeclarados amarelos e um indígena venceram a eleição em 2014. Neste ano, pela primeira vez, uma mulher indígena conseguiu uma vaga na Câmara dos Deputados – em mais de 190 anos de existência da Casa. A candidata Joenia Batista de Carvalho, a Joenia Wapichana, da Rede, foi eleita por Roraima com 8.491 votos. Ela é a única indígena eleita entre os cargos de 2018.
Nesta ano, tivemos três amarelos – Coronel Nishikawa (PSL), Luiz Nishimori (PR) e Kim Kataguiri (DEM). O primeiro será deputado estadual por São Paulo; os outros dois serão federais, por Paraná e também São Paulo.
Carolina Dantas e Lucas Gelape