A organização feminista Level Up teve sucesso com sua campanha para que a mídia mude a forma de tratar notícias sobre violência doméstica no Reino Unido.
(Universa, 16/04/2019 – acesse no site de origem)
De acordo com o “The Independent”, dois órgãos reguladores do Estado, a IPSO e a IMPRESS, deverão adotar novas diretrizes para combater reportagens irresponsáveis que, segundo as ativistas, aumentam o trauma às famílias das vítimas de homicídios em consequência da violência.
As diretrizes, estabelecidas em parceria com a Level Up, instruem os jornalistas sobre como denunciar abusos domésticos da maneira mais segura e sensível possível. Eles foram escritos por uma coalizão de acadêmicos, famílias de sobreviventes e representantes de instituições de caridade contra a violência doméstica.
Foram estabelecidos cinco tópicos de guia, todos enfatizando a necessidade de um jornalismo sensível que não seja nem sensacionalista nem especulativo, preservando a dignidade da vítima.
- Responsabilidade: Colocar a responsabilidade exclusivamente no assassino, o que significa evitar “razões” ou “gatilhos” especulativos, ou descrever o assassinato como um evento não característico. Homicídios geralmente são sustentados por um senso de propriedade duradouro, controle coercitivo e comportamentos possessivos: não são eventos aleatórios;
- Precisão: Nomear o crime como violência doméstica, em vez de “tragédia” ou “horror”;
- Dignidade: Evite linguagem sensacionalista, detalhes invasivos ou gráficos que comprometam a dignidade da mulher morta ou de seus familiares sobreviventes;
- Igualdade: Evite linguagem ou imagens insensíveis ou triviais;
- Imagens: Evite usar imagens que reforcem o mito de que é apenas um crime físico.
“É um grande passo para uma maior conscientização do público sobre os fatores de risco do homicídio doméstico. Os agressores buscam menosprezar e controlar seus parceiros, e o homicídio doméstico é a expressão máxima desse controle. Para a família e os amigos que perderam um ente querido, isso insulta o prejuízo da perda que sentem, além de minimizar a tentativa mortal desses assassinatos para o público em geral”, comunicou Donna Covey, diretora executiva da instituição Against Violence & Abuse.