Ato reúne população feminina negra pelo fim do racismo e contra a conjuntura política que afeta majoritariamente esse grupo social
(Alma Preta, 23/07/2019 – acesse no site de origem)
A marcha das mulheres negras acontece em Belém, Salvador e São Paulo neste dia 25 de julho, quinta-feira. No Rio de Janeiro, a mobilização será no dia 28, domingo. O ato reunirá uma diversidade de mulheres negras para gritar contra o racismo, feminicídio, LGBTfobia, mortalidade materna, violência obstétrica e racismo religioso e ambiental.
O protesto também critica os cortes na educação, a reforma da previdência e o pacote de segurança pública do Ministro da Justiça, Sérgio Moro. De acordo com as manifestantes, essas são as medidas que afetam de forma mais sensível as mulheres negras.
“A marcha reivindica não só para nós, mulheres negras, mas para toda sociedade condições dignas de vida nas esferas municipal, estadual e federal”, conta a jornalista, mestranda em comunicação pela USP e uma das articuladoras do movimento, Cinthia Gomes.
Em São Paulo, após reunir mais de 7 mil pessoas no ano passado, o ato será na Praça da República. A programação vai contar com intervenções artísticas e políticas do bloco afro Ilú Obá de Min e de cantoras e poetisas negras.
Também haverá uma aula pública de Nilma Bentes, fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará e idealizadora da marcha que levou 50 mil mulheres à Brasília em 2015.
Ela vai abordar o conceito de Bem Viver – filosofia indígena que propõe uma outra forma de organização social, contrária ao acúmulo de capital e à exclusão – e como ele se insere na vida das mulheres negras.
Para incentivar a participação das mães e fortalecer o vínculo e o pertencimento com a ancestralidade negra, na marcha da capital paulista também haverá uma marchinha das crianças negras, com concentração às 17h.
A marcha faz alusão ao dia 25 de julho, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Também é celebrado o Dia Nacional da Mulher Negra e Dia Nacional de Teresa de Benguela, importante líder quilombola que viveu no século XVIII.
Mobilização em cada capital
4ª Marcha das Mulheres Negras em Belém
Com o lema “Mães negras amazônidas em luta contra o genocídio do povo negro”, o ato será pelas ruas do bairro do Guamá em 25 de julho, quinta-feira. A concentração começa às 16h na Avenida Rio Tucunduba. Para mais informações, acesse a página do evento no Facebook.
3ª Marcha das Mulheres Negras em Salvador
Sob o mote “Por uma Bahia livre do racismo”, o ato será no centro da capital baiana em 25 de julho, quinta-feira. A concentração começa às 13h na Praça da Piedade. Para mais informações, acesse a página do evento no Facebook.
4ª Marcha das Mulheres Negras em São Paulo
O lema escolhido é “Sem violência, racismo, discriminação e fome! Com dignidade, educação, trabalho, aposentadoria e saúde!” e o ato será pelas ruas da região central também no dia 25 de julho, quinta-feira. A concentração começa às 17h30 na Praça da República. Para mais informações, acesse a página do evento no Facebook.
4ª Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro
Com o mote “Mulheres Negras resistem: em movimento por direitos, contra o racismo, o sexismo e todas as formas de violência”, o ato será no dia 28 de julho, domingo. A concentração começa às 10h no Posto 4 da Praia de Copacaba. Para mais informações, acesse a página do evento no Facebook.
Por Nataly Simões