Seis iniciativas de diferentes estados brasileiros receberam, na quarta-feira (11), o Selo de Práticas Inovadoras de Enfrentamento à Violência contra Meninas e Mulheres, prêmio concedido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon.
(Universa, 13/12/2019 – acesse no site de origem)
São ações que reforçam a luta para diminuir os alarmantes dados da violência de gênero no Brasil: segundo levantamento do Fórum publicado em setembro, uma mulher é vítima de feminicídio a cada três horas, uma é agredida em contexto doméstico a cada dois minutos, e uma é estuprada a cada dez minutos.
Veja, abaixo, as iniciativas premiadas:
Botão do assédio
A Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte elaborou uma campanha de combate à importunação sexual no transporte coletivo e uma das criações é o botão do assédio, um dispositivo nos tablets que ficam nos paineis dos ônibus. O botão é acionado pelo motorista, quando perceber ou for informado de que uma mulher está sendo assediada. A ação emite um alerta para que a polícia intercepte o ônibus.
Aplicativo para mulheres em risco
Desenvolvido pelas polícias civil e militar da Paraíba, o programa Mulher Protegida consiste na entrega de aparelhos celulares, em que está instalado o aplicativo SOS Mulher, a vítimas de violência doméstica consideradas de alto risco pelos policiais. Por meio desse aplicativo, a mulher pode acionar os órgãos de segurança rapidamente quando se encontrar em uma situação de violência doméstica com risco de feminicídio.
Pesquisa e investigação criminal sob a perspectiva de gênero
A Acadepol (Academia de Polícia do Estado de São Paulo) criou um programa de pesquisas e cursos de formação e aperfeiçoamento dos policiais civis do estado de São Paulo para incluir a perspectiva de gênero nas investigações criminais, principalmente quando se trata de homicídios de mulheres e feminicídios. O principal objetivo é produzir conhecimento específico sobre a maneira como esses casos devem ser apurados.
Bordado contra a violência
A Polícia Militar de Minas Gerais elaborou o projeto Mulher Livre de Violência para estimular que mulheres vítimas de agressões possam ter uma fonte de renda por meio da costura e do bordado. As peças, em sua maioria bolsas e nécessaires, são feitas com tecidos provenientes das fardas doadas por policiais e bombeiros militares. A ideia é que os bordados falem da realidade das próprias mulheres, com mensagens de força e união.
Direitos no parto
Projeto do MPF (Ministério Público Federal) do Amazonas, o Comitê de Enfrentamento à Violência Obstétrica no Amazonas faz campanhas para conscientizar mulheres sobre seus direitos antes, durante e depois do parto. Também articula políticas públicas para garantir o tratamento digno às mulheres na hora em que dão à luz. O comitê pressionou o poder público pela aprovação de uma lei sobre implantação de medidas de proteção contra violência obstétrica nas redes pública e particular do estado.
Violência doméstica e saúde da Família
Iniciativa do Gevid (Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica) do Ministério Público do Estado de São Paulo, o projeto Prevenção da Violência Doméstica com a Estratégia de Saúde da Família capacita agentes comunitárias de saúde para que ofereçam um atendimento qualificado a vítimas de violência doméstica, além de levar informações às comunidades para prevenir o problema.