Para antropóloga, pandemia impactou como nos relacionamos, quem somos e como nos (des) humanizamos
(Uol, 14/05/2020 – acesse no site de origem)
Tenho pensando se a reviravolta da pandemia pode nos levar a um mundo mais feminista. Há quem me estranhe como uma otimista fora de hora por enunciar a pergunta: esses estão certos de que o trajeto do vírus é outro, pois amplificará vozes autoritárias e populistas no mundo. Há outros que, como eu, duvidam de análises pretéritas da realidade.
A verdade é que não sabemos; estamos como em um estágio intermediário de um rito de passagem — não mais como antes, mas ainda distantes do que surgirá depois dessas semanas de estranha suspensão do que conhecíamos como normalidade da vida.
Não quero me portar como os homens sabidos que sobem aos palanques e fazem projeções sobre a política ou o mercado financeiro, como se o acaso pudesse ser controlado. Acertam algumas vezes, mas erram muito. Há sempre o risco de um “cisne negro” atravessar a realidade que só conhecia “cisnes brancos”, para seguir a alegoria de Nassim Taleb sobre a fragilidade das análises sobre o funcionamento do mercado financeiro.
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