Era fevereiro deste ano, quando a recepcionista Raissa, de 17 anos, saiu de Sacomã, na zona sul de São Paulo, para mais um dia de trabalho, em Moema. Não conseguiu ficar uma hora na empresa, de tanto que chorava. No trajeto, feito de metrô, entre uma estação e outra, um homem esfregou o órgão sexual em sua calça. E ela ainda ouviu de uma das dezenas de testemunhas que aquilo era corriqueiro. O conselho era deixar para lá. Ela deixou: deixou de pegar o metrô, de chegar no horário em que deveria estar na empresa e de ir à faculdade à noite, por medo.