Enquanto a pandemia monopoliza a atenção da sociedade, o Ministério da Saúde alimenta os anseios mais obscuros da base de apoio do presidente da República com ataques aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres brasileiras. Tanto na política interna quanto na externa, a ordem parece ser desmantelar políticas já consolidadas, ignorar evidências científicas e impedir a autonomia das mulheres sobre o próprio corpo e o planejamento familiar. A estratégia não é nova: Jair Bolsonaro sempre desferiu golpes aos direitos das mulheres para ativar sua base de apoiadores religiosos e ultraconservadores. No poder, o desmonte avança com a revogação de políticas consolidadas para planejamento familiar e acesso ao aborto seguro nos casos previstos em lei.