Tatielle Gomes já estava no meio do procedimento quando pedido do padre a fez voltar para casa e passar uma semana de dor até dar à luz ao bebê que viveu uma hora
(Revista AzMina| 28/09/2020 | Por Por Helena Bertho e Jamile Santana)
No dia 18 de agosto de 2020 o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou definitiva a decisão de que o padre Luiz Carlos Lodi deve pagar R$ 398 mil de indenização por danos morais ao casal Tatielle Gomes e José Ricardo Dias. Isso deu desfecho a uma história que começou 15 anos antes, quando o padre impediu que eles realizassem um aborto permitido pela lei brasileira.
Em 2005, então com 19 anos aos cinco meses de gestação, Tatielle faz um ultrassom de rotina e descobriu que o feto tinha uma anomalia. Moradora de Morrinhos, no interior de Goiás, ela precisou se ausentar do trabalho no chão de uma fábrica e viajar 130 km até Goiânia para fazer mais exames. Na capital, quatro ultrassons trouxeram o diagnóstico: síndrome de body stalk, doença rara que faz com que os órgãos do feto fiquem do lado de fora do corpo e torna a vida fora do útero inviável.