É com satisfação que vimos o programa de vacinação de prevenção à Covid-19 começar no Brasil, mas sabemos que o caminho ainda está longo até sairmos do desastre social, econômico e humano que estamos vivendo. Depois de quase um ano de crise, já estamos com mais de 210 mil mortes relacionadas à Covid-19, a maior taxa de desemprego alcançada nas últimas décadas (cerca de 14 milhões de desempregados/as) e um sistema de saúde saturado ao ponto de faltar oxigênio no estado do Amazonas.
As trabalhadoras domésticas foram uma das categorias mais atingidas pela crise. Cerca de 1.5 milhões de empregos foram perdidos no ano de 2020, enquanto as que permaneceram no trabalho se encontraram expostas aos altos riscos de contaminação, à falta de acesso aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscaras e luvas, às quarentenas forçadas no local de trabalho, ao assédio, violência, e maus tratos, chegando às vezes à trabalho em condição análoga à escravo, além de sofrer aumento da carga de trabalho e redução de salário por parte dos empregadores.