(UOL – TAB| 16/03/2021 | Por Ricardo Abramovay)
Confirmando o fanatismo ideológico que hoje orienta suas decisões governamentais, o Brasil juntou-se à Hungria, à Polônia e a alguns países do Oriente Médio negando-se a endossar o documento da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, lançado no dia 8 de março, que fala em direitos das mulheres. O argumento é a oposição de nossos representantes à expressão “direitos sexuais e reprodutivos”.
Como mostra reportagem de Jamil Chade, formou-se um grupo de países ultraconservadores, autodenominados “Consenso de Genebra”, que se propõe a bloquear qualquer referência à saúde sexual e reprodutiva em documentos internacionais. Mais que isso: uma vez que o governo Biden rompeu com as políticas que inspiravam o cínico moralismo obscurantista, que via nos “direitos sexuais e reprodutivos” o elogio à pedofilia e ao aborto, o Brasil é que está assumindo a vergonhosa posição de líder neste macabro pacto do atraso.