(O Globo| 08/04/2021 | Pâmela Dias)
RIO — Se antes da pandemia o cenário no mercado de trabalho para mulheres já era desfavorável, com a crise desencadeada pela Covid-19 o desemprego entre elas se agravou e trouxe ainda mais desigualdades. De acordo com dados do IBGE, mais da metade dos 13,9 milhões de brasileiros sem trabalho eram do sexo feminino e seis em cada dez (60%) se autodeclaravam pretos ou pardos. Para driblar as estatísticas e dar oportunidades, especialmente para mulheres negras e indígenas em situação de vulnerabilidade social, projetos voltados para a capacitação profissional e o empreendedorismo têm auxiliado essa parcela da população na luta por espaços de relevância no ambiente corporativo.
Ainda segundo a pesquisa divulgada em março deste ano, a população ocupada em todo país foi reduzida em cerca de 7,3 milhões de pessoas na comparação com 2019. A crise econômica afetou, inclusive, o trabalho informal no país, considerado a porta de mais fácil acesso à ocupação. E foi a queda do número de trabalhadores informais a principal responsável pelos recordes da taxa de desemprego e baixo nível de ocupação.
Para a empreendedora social Adriana Barbosa, investir em programas educacionais para mulheres negras, indígenas e de baixa renda é uma das formas de dar visibilidade aos projetos que elas vinham desenvolvendo ou procuravam desenvolver, mas não tinham apoio para entender como e quando começar a colocar a ideia em prática.