(Folha de São Paulo | 24/04/2021 | Flavia Lima)
Em dois artigos publicados pela Folha nesta semana, a advogada Luciana Temer e a colunista do jornal Djamila Ribeiro abordaram o mesmo tema: uma reportagem longa e detalhada da Agência Pública sobre décadas de acusações de exploração sexual envolvendo o empresário Samuel Klein, o fundador das Casas Bahia, morto aos 91 anos em 2014.
Não fossem os textos das duas mulheres —que falam sobre os silêncios que encobrem crimes com essas características —, o leitor da Folha talvez nem tivesse conhecimento das gravíssimas acusações.
Publicada na quarta-feira (15), a reportagem da Agência Pública diz que Samuel Klein teria, durante décadas, mantido um esquema de aliciamento também de menores para a prática de exploração sexual, inclusive dentro da sede da empresa, em São Caetano do Sul (SP).
Em troca dos encontros, Klein ofereceria dinheiro e outros presentes, de cestas básicas a carros, passando por produtos das lojas da varejista.
Diretor, editor e repórter da Agência Pública, Thiago Domenici conta à coluna que a apuração durou quatro meses e foi tocada por seis repórteres, a partir de uma dica recebida sobre a história de Saul Klein, o filho de Samuel acusado de crimes sexuais por mais de 30 mulheres.
Flavia Lima
Repórter especializada em economia, é formada em ciências sociais pela USP e em direito pelo Mackenzie. É ombudsman da Folha desde maio de 2019.