(Universa | 27/04/2021 | Mariana Gonzalez)
Hoje é Dia da Empregada Doméstica e, pela segunda vez, a data acontece em meio à crise da covid-19 no Brasil. Para Luiza Batista, presidente da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), não há o que comemorar: a categoria, formada principalmente por mulheres negras, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), é uma das mais afetadas pela pandemia.
Isso porque parte dessas trabalhadoras se expõe ao vírus no transporte público para chegar à casa dos patrões, parte sofre com o desemprego e a fome. Há, ainda, um grupo que é obrigado a dormir no trabalho para evitar o deslocamento durante a pandemia e fica sem ver a família, à disposição dos patrões 24 horas por dia — cenário que pode configurar cárcere privado, explica Luiza.
Em entrevista a Universa, Luiza também fala sobre a “relação de servidão” entre trabalhadoras e empregadores que perdura por décadas e rebate a ideia de que elas são “quase da família”: “Não somos e não queremos ser. Nós temos a nossa família. O que queremos é que nossos direitos sejam respeitados”.